Segundo o jornal Folha de S. Paulo, um estudo
inédito elaborado a pedido da Organização dos Estados Americanos (OEA) expôs a
vulnerabilidade da América Latina a crimes cibernéticos. O estudo, feito pela
consultoria Trend Micro, apontou o aumento do número de ataques e dos tipos de
ameaças, que vão desde crimes financeiros até ofensivas com motivação política,
como por exemplo, o “hacktivismo”. Paul Rosenzweig, formulador de estratégia de
proteção eletrônica do Departamento de Segurança dos EUA, apontou que “governos
e empresas da América Latina ainda veem cibersegurança como um ‘custo
desnecessário’, principalmente por se tratar de uma região onde a possibilidade
de uma guerra entre Estados, com o uso de ataques online, é remota”. O Brasil,
que não participou do estudo, é um dos alvos mais frequentes de crimes
virtuais. Segundo o pesquisador do Council on Foreign Relations, Adam Segal,
convidado pelo governo federal para discutir segurança virtual com militares,
“o governo brasileiro está empenhado, mas ainda é o começo de um longo
caminho”. O Brasil está se preparando para evitar ataques cibernéticos durante
grandes eventos, como a Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016). Os sistemas
informáticos desses eventos serão monitorados pelo Centro de Defesa Cibernética
do Exército. O general José Carlos dos Santos afirmou que o Brasil está tão
pronto quanto a Grã-Bretanha esteve para as Olimpíadas de Londres em termos de
segurança virtual e afirmou que o risco de ciberataque é baixo. Em coluna
especial para o Estado, a pesquisadora Johanna Mendelson Forman afirmou que os
latino-americanos chegaram tarde à questão da cibersegurança. Apesar de países
como Brasil e Colômbia montarem operações de defesa cibernética em suas Forças
Armadas, a capacidade de defesa hemisférica está longe de ser concretizada.
Segundo a pesquisadora “cada país deve investir no treinamento de uma nova
geração de combatentes em prol da segurança cibernética, capazes de defender o
seu país contra as crescentes ameaças às redes nacionais computadorizadas”.
Forman ainda argumentou que é preciso criar formas de regulação regional para
os crimes cibernéticos, pois a falta de leis comuns ou definições de crimes
cibernéticos dificultam o trabalho das forças de segurança. (O Estado de S.
Paulo – Internacional – 19/05/13)
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