quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sob diferentes perspectivas, artistas revelam tortura durante o regime militar


Em depoimento ao jornal Folha de S. Paulo, a atriz Bete Mendes contou que aos 18 anos, revoltada com o regime militar (1964-1985), decidiu entrar para a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), quando então foi presa duas vezes e torturada fisicamente na segunda, em 1970.  Em 1985, na condição de deputada federal, Mendes encontrou o então coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra em viagem ao Uruguai e o denunciou ao presidente da República em exercício, José Sarney. A atriz afirmou não temer retrocessos, mas chamou atenção para a existência de movimentos contra a democracia e criticou Ustra por participar de movimentos nazistas. Segundo ela, “é preciso ser cauteloso em relação a movimentos que podem ser prejudiciais ao avanço democrático. Mas impedir jamais, porque a gente legitima a manifestação de todos, de opiniões diversas”. De acordo com os periódicos Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o cantor Amado Batista, em entrevista a um programa da emissora televisiva Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), afirmou ter sido torturado durante o regime militar. Segundo a Folha, Batista considerou que a repressão, naquele contexto, foi necessária para evitar a implantação de um regime socialista, mencionou ter sido procurado pela Comissão Nacional da Verdade e afirmou que recebe uma indenização do governo federal. Para O Estado, o cantor destacou que foi torturado porque trabalhava em uma livraria e permitia que livros proibidos fossem lidos. Além disso, afirmou que não acionará a Comissão para buscar seu torturador, pois em suas palavras "fiz coisas erradas, eles me corrigiram, assim como uma mãe que corrige um filho. Acho que eu estava errado por estar contra o governo e ter acobertado pessoas que queriam tomar o país à força. Fui torturado, mas mereci." (Folha de S. Paulo – Poder – 26/05/13; Folha de S. Paulo – Poder – 28/05/13; O Estado de S. Paulo – Política – 28/05/13)

Nenhum comentário:

Postar um comentário