Em depoimento ao jornal Folha de S. Paulo, a
atriz Bete Mendes contou que aos 18 anos, revoltada com o regime militar
(1964-1985), decidiu entrar para a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares
(VAR-Palmares), quando então foi presa duas vezes e torturada fisicamente na
segunda, em 1970. Em 1985, na condição
de deputada federal, Mendes encontrou o então coronel Carlos Alberto Brilhante
Ustra em viagem ao Uruguai e o denunciou ao presidente da República em
exercício, José Sarney. A atriz afirmou não temer retrocessos, mas chamou
atenção para a existência de movimentos contra a democracia e criticou Ustra
por participar de movimentos nazistas. Segundo ela, “é preciso ser cauteloso em
relação a movimentos que podem ser prejudiciais ao avanço democrático. Mas impedir
jamais, porque a gente legitima a manifestação de todos, de opiniões diversas”.
De acordo com os periódicos Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o cantor
Amado Batista, em entrevista a um programa da emissora televisiva Sistema
Brasileiro de Televisão (SBT), afirmou ter sido torturado durante o regime
militar. Segundo a Folha, Batista considerou que a repressão, naquele contexto,
foi necessária para evitar a implantação de um regime socialista, mencionou ter
sido procurado pela Comissão Nacional da Verdade e afirmou que recebe uma
indenização do governo federal. Para O Estado, o cantor destacou que foi
torturado porque trabalhava em uma livraria e permitia que livros proibidos
fossem lidos. Além disso, afirmou que não acionará a Comissão para buscar seu
torturador, pois em suas palavras "fiz coisas erradas, eles me corrigiram,
assim como uma mãe que corrige um filho. Acho que eu estava errado por estar
contra o governo e ter acobertado pessoas que queriam tomar o país à força. Fui
torturado, mas mereci." (Folha de S. Paulo – Poder – 26/05/13; Folha de S.
Paulo – Poder – 28/05/13; O Estado de S. Paulo – Política – 28/05/13)
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