quarta-feira, 19 de junho de 2013

Colunas opinativas analisam a Comissão Nacional da Verdade



Em coluna opinativa para o jornal Folha de S. Paulo, o jornalista Carlos Heitor Cony ressaltou que o principal motivo para a criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) é a lição e o exemplo histórico contra a instalação e permanência de um regime autoritário no país. Cony lembrou que a razão final para as investigações seria a condenação de movimentos que atentaram contra os direitos humanos e criticou o trabalho da CNV pela “horizontalidade das culpas” na questão da anistia. Ao afirmar a importância de exibir historicamente a verticalidade dos crimes, o jornalista apontou que a própria sociedade não é inocente, pois não se manifestou adequadamente desde o começo, contra o primeiro Ato Institucional do regime militar (1964-1985). Segundo Cony, “há um esquecimento generalizado do apoio que a sociedade deu ao golpe de Estado de 64”. Em coluna opinativa para o periódico O Estado de S. Paulo, Denis Rosenfield, professor de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, afirmou que a CNV equivoca-se ao reconstituir parcialmente os fatos, ignorando a “violência cometida pelos militantes da luta armada que tencionavam estabelecer no País uma ditadura comunista/socialista”. Além da abrangência das investigações, Rosenfield destacou que a CNV tem erroneamente desviado seu foco para o questionamento sobre a validade da Lei da Anistia (1979), apesar de sua recente revalidação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para o filósofo, a criação da Lei foi “fruto de um amplo esforço de pacificação nacional, envolvendo os partidários do regime e a oposição” e alguns membros da CNV estão procurando “criar condições perante a opinião pública para que o STF se sinta pressionado e volte atrás” em sua decisão. (Folha de S. Paulo – Poder – 02/06/13; O Estado de S. Paulo – Opinião - 03/06/13)

Nenhum comentário:

Postar um comentário