quinta-feira, 6 de junho de 2013

Comissão Nacional da Verdade II: balanço de um ano de trabalho traz novas revelações

Segundo os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a Comissão Nacional da Verdade (CNV), durante o balanço de um ano de trabalho, declarou que a Marinha mentiu para a Presidência da República, o Ministério da Justiça e a Câmara dos Deputados, quando questionada, em 1993, pelo então presidente Itamar Franco, sobre militantes da Guerrilha do Araguaia (1967-1974).  De acordo com O Estado, o Centro de Informações da Marinha (Cenimar) informou que os guerrilheiros mortos no Araguaia estavam foragidos. Segundo os jornais, tal acusação é resultado de um estudo realizado pela equipe da pesquisadora Heloísa Starling, assessora da CNV, segundo o qual as informações fornecidas pela Marinha em 1993 não correspondem com o prontuário de pessoas mortas produzido pelo Cenimar em 1972. A Marinha, em resposta a tal acusação, afirmou que “todos os registros existentes nos arquivos da instituição, solicitados pelo Ministério da Justiça, foram encaminhados em fevereiro [de 1993]”. Ademais, a Força declarou que seguirá “contribuindo para a consecução das tarefas desempenhadas pela Comissão Nacional da Verdade, colocando-se à inteira disposição para o atendimento de qualquer demanda". Ainda de acordo com o Estado, a CNV apresentou um organograma dos centros de repressão do regime militar (1964-1985), que aponta que os então ministros da Aeronáutica, Márcio de Souza Mello, do Exército, Orlando Geisel e da Marinha, Adalberto de Barros Nunes, “encabeçavam um esquema que tinha o Centro de Operações de Defesa Interno (Codi), comandado pelo general Siseno Sarmento, como polo irradiador das ações e operações”. Logo abaixo na escala hierárquica estavam os centros de inteligência das três Forças – Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA), Centro de Informações do Exército (CIE) e Centro de Informações da Marinha (Cenimar). De acordo com O Estado, o organograma é resultado de uma pesquisa, segundo a qual a tortura durante o regime militar teve início antes mesmo do Ato Institucional Nº5 (AI-5). (Folha se S. Paulo - Poder – 22/05/13; O Estado de S. Paulo – Política – 22/05/13)

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