Segundo os jornais Folha de S. Paulo e O
Estado de S. Paulo, a Comissão Nacional da Verdade (CNV), durante o balanço de
um ano de trabalho, declarou que a Marinha mentiu para a Presidência da
República, o Ministério da Justiça e a Câmara dos Deputados, quando
questionada, em 1993, pelo então presidente Itamar Franco, sobre militantes da
Guerrilha do Araguaia (1967-1974). De
acordo com O Estado, o Centro de Informações da Marinha (Cenimar) informou que
os guerrilheiros mortos no Araguaia estavam foragidos. Segundo os jornais, tal
acusação é resultado de um estudo realizado pela equipe da pesquisadora Heloísa
Starling, assessora da CNV, segundo o qual as informações fornecidas pela
Marinha em 1993 não correspondem com o prontuário de pessoas mortas produzido pelo
Cenimar em 1972. A Marinha, em resposta a tal acusação, afirmou que “todos os
registros existentes nos arquivos da instituição, solicitados pelo Ministério
da Justiça, foram encaminhados em fevereiro [de 1993]”. Ademais, a Força
declarou que seguirá “contribuindo para a consecução das tarefas desempenhadas
pela Comissão Nacional da Verdade, colocando-se à inteira disposição para o
atendimento de qualquer demanda". Ainda de acordo com o Estado, a CNV
apresentou um organograma dos centros de repressão do regime militar
(1964-1985), que aponta que os então ministros da Aeronáutica, Márcio de Souza
Mello, do Exército, Orlando Geisel e da Marinha, Adalberto de Barros Nunes,
“encabeçavam um esquema que tinha o Centro de Operações de Defesa Interno
(Codi), comandado pelo general Siseno Sarmento, como polo irradiador das ações
e operações”. Logo abaixo na escala hierárquica estavam os centros de
inteligência das três Forças – Centro de Informações de Segurança da
Aeronáutica (CISA), Centro de Informações do Exército (CIE) e Centro de
Informações da Marinha (Cenimar). De acordo com O Estado, o organograma é
resultado de uma pesquisa, segundo a qual a tortura durante o regime militar
teve início antes mesmo do Ato Institucional Nº5 (AI-5). (Folha se S. Paulo -
Poder – 22/05/13; O Estado de S. Paulo – Política – 22/05/13)
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