Segundo os jornais Correio Braziliense e O
Estado de S. Paulo, o atentado ocorrido em Boston, nos Estados Unidos, serviu
de alerta para a segurança dos grandes eventos no Brasil. O Presidente da
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Ricardo Ferraço,
pretende realizar audiências públicas com o Ministério da Defesa, o Gabinete de
Segurança Institucional e áreas de inteligência e segurança envolvidas na
organização dos eventos que o país receberá, como a Copa do Mundo (2014) e as
Olimpíadas (2016). De acordo com O Estado, o espanhol Marcus Reis,
especialista em contraterrorismo, questionou a falta de coordenação entre as
áreas preventivas. Reis observou que não há legislação específica sobre
terrorismo no Brasil, e por isso não há definição e tipificação do crime
terrorismo, nem mesmo a definição dos órgãos competentes para investigá-lo.
Segundo o Estado, outro problema
apontado pelas Forças Armadas e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é
a disputa de poder e de recursos no controle das operações nos eventos. A
Secretaria Geral de Grandes Eventos, ligada ao Ministério da Justiça, afirmou
ter montado um plano cuja meta seria "promover a integração entre as
forças de segurança brasileiras, nos três níveis de governo, e entre elas e a
Interpol". A Secretaria ainda afirmou que houve troca de informações com
diversos países. Outra preocupação,
segundo especialistas, seria a extinção do núcleo do centro de coordenação das
atividades de prevenção e combate ao terrorismo, vinculado ao Gabinete de
Segurança Institucional. O Estado afirmou
que, em caso de atentado, o país conta com o Comando de Operações Especiais do
Exército e a Companhia de Defesa Química, Biológica e Nuclear. Adicionalmente,
o jornal relatou que o delegado da Polícia Federal (PF) Valdinho Jacinto
Caetano pediu demissão da chefia da Secretaria Extraordinária de Segurança de
Grandes Eventos (Sesge), após desgastes causados pelo destaque dado ao papel
das Forças Armadas na segurança de grandes eventos por parte do governo da
presidenta da República, Dilma Rousseff. A PF tem demonstrado insatisfação
diante do privilégio recebido pelo Ministério da Defesa na segurança desses
eventos. Apesar da situação, o governo pretende substituir o titular da Sesge
por um representante do Ministério da Defesa. Segundo O Estado, tal mudança de postura ocorreu após a greve dos policiais
federais, pois essa foi vista pelo governo como uma medida de atemorizar a
população. Após essa greve, a verba destinada à defesa dos eventos passou a ser
distribuída de forma a privilegiar as Forças Armadas. Além disso, o jornal Correio Braziliense destacou uma
divergência entre a Sesge e o Exército nos bastidores da Copa das
Confederações. A Sesge estabeleceu que a escolta dos chefes de Estado e das
autoridades da Fifa no Distrito Federal será função da Polícia Federal e da Polícia
Rodoviária, enquanto o Exército defende que tal ação, especificamente em
Brasília, é de sua atribuição. De acordo com o Correio, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal
(ADPF) criticou, em nota oficial, a utilização das Forças Armadas para garantir
a segurança urbana durante os eventos. A ADPF, segundo o periódico, declarou
que “a atuação militar deve se restringir à defesa da nação”. (Correio
Braziliense – 28/04/13; Correio Braziliense – 28/04/13; Correio Braziliense -
Política - 01/05/13; O Estado de S. Paulo – 27/04/13; O Estado de S. Paulo –
Internacional - 28/04/13)
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