De acordo com o jornal Correio Braziliense, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) tem
recebido críticas de parentes de desaparecidos durante o regime militar
(1964-1985). As principais reclamações são a falta de transparência, a
concentração de esforços em casos de grande apelo público e a ausência de
debate sobre a Lei da Anistia (1979). O jornal apontou casos como o do
jornalista Renato Dias, cujo irmão foi levado pela polícia em 1970. Dias
afirmou estar preocupado porque casos não conhecidos nacionalmente podem ficar
sem esclarecimentos para sempre. Já Mateus Guimarães, sobrinho do desaparecido
e ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Honestino Guimarães,
criticou a CNV por nunca ter entrado em contato com a família para obter
informações. Guimarães afirmou estar preparando um dossiê para enviar à CNV e
questionou o limite de dois anos para a conclusão dos trabalhos, pois considera
que “é um período muito grande da nossa história para ser analisado e
documentado em tão pouco tempo”. O amigo de infância de Honestino e
sobrevivente do Pelotão de Investigações Criminais do Exército, Sebastião Neto,
se mostrou mais otimista ao afirmar que a Comissão depende da atenção da
sociedade e cobrou uma postura mais incisiva na defesa da revisão da Lei da
Anistia. Com relação à falta de transparência, o jornal Folha de S. Paulo informou que, segundo Claudio Fonteles, membro da
CNV, o colegiado poderá adotar a prática de audiências públicas, conforme
utilizado no dia 10/05/13 no depoimento do coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra. As
audiências anteriores ocorreram a portas fechadas, com os depoimentos de 11
agentes da repressão dos 15 que haviam sido inicialmente convidados. Os que
defendem a divulgação acreditam que ela deve provocar um esperado debate
público sobre o assunto. Já aqueles contrários à audiência pública dizem que
uma sessão fechada daria maior possibilidade dos convocados falarem sobre o
assunto. O que vem ocorrendo, referente a tal debate, é que as ações mudam de
acordo com a rotatividade da coordenação da CNV. (Correio Braziliense – 12/05/13;
Folha de S. Paulo – Poder – 11/05/13)
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