Segundo os jornais Folha de S. Paulo e O
Estado de S. Paulo, no dia 16/05/13, em depoimento na Comissão da Verdade do
Estado de São Paulo, o ex-soldado Valdemar Martins de Oliveira afirmou que os
estudantes João Antônio e Catarina Helena Abi-Eçab, militantes da Aliança
Libertadora Nacional (ALN), foram assassinados pelo capitão do Exército Freddie
Perdigão Pereira, em novembro de 1968. Oliveira relatou que o casal foi
sequestrado e levado para um sítio na cidade de São João de Meriti, no estado
do Rio de Janeiro, e lá foram torturados e executados por militares do Exército
por suspeita de participação na morte do militar estadunidense Charles
Chandler, em 1968. De acordo com a Folha, Perdigão atuou no Destacamento de
Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do
1º Exército no Rio de Janeiro e no Serviço Nacional de Inteligência (SNI) e foi
o mentor do atentado no Centro de Convenções Riocentro, em 1981. Segundo
Oliveira, o sargento Guilherme Pereira do Rosário, que morreu no atentado do
Riocentro, também estava presente no sítio de São João de Meriti. Na época, os
militares afirmaram que o casal morreu em um acidente de carro, após detonação
de explosivos que estariam transportando. Entretanto, Oliveira desmentiu a
versão oficial afirmando que o acidente havia sido forjado. Em julho de 2000,
após entrevista de Oliveira para a TV Globo, os restos mortais de Abi-Eçab
foram exumados, e uma nova perícia concluiu que ela havia sido executada e
depois colocada no carro. Foi a primeira vez que Oliveira citou o nome de
Perdigão como responsável pela execução do casal; segundo ele, o esclarecimento
só não ocorreu antes em razão das ameaças que recebia por parte de antigos
agentes da repressão. (Folha de S. Paulo – Poder – 17/05/13; O Estado de S.
Paulo – Política – 17/05/13)
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