De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o jornalista, professor,
escritor e ex-preso político durante o regime militar (1964-1985) Cid de
Queiroz Benjamin acabou de concluir sua autobiografia, intitulada ‘Gracias a la
Vida’. No livro, Benjamin, que é também membro fundador do Partido dos
Trabalhadores (PT), relata sua trajetória durante o regime militar, quando
chefiou a Frente de Trabalho Armado (FTA) do Movimento Revolucionário Oito de
Outubro (MR-8). Segundo o jornal, Benjamin, preso em 1970 e torturado nas
dependências do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações
de Defesa Interna (DOI-Codi), na cidade do Rio de Janeiro, afirma em seu livro
que a prática de tortura não é exclusiva de “psicopatas sádicos e jovens
militares extremistas da Guerra Fria”, mas também de cidadãos “normais” que
tinham tal ato como sua “rotina” profissional. O autor declarou, porém, não
querer humanizar o torturador, mas sim constatar que pessoas comuns são também
capazes de torturar, o que torna o fato mais grave. De acordo com O Estado, Benjamin destacou, através de
relatos no livro, a admiração dos militares pela coragem dos presos submetidos
às torturas e lembrou que durante seu cárcere o “sistema de repressão” ainda
não era totalmente profissionalizado e, por isso, desenvolviam-se relações
pessoais entre torturadores e torturados. O jornalista é a favor da punição dos
torturadores e revelou que só não anistiaria quem o torturou por se tratar de
uma questão política, e não pessoal. No livro, Benjamin avaliou que, pela
impossibilidade de vitória, o caminho da luta armada foi um equívoco, apesar de
admitir que o sequestro do embaixador estadunidense, Charles Elbrick, do qual
Benjamin participou, foi um “gol de placa”. (O Estado de S. Paulo – Aliás –
21/04/13)
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