sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ex-preso político revela em autobiografia sua trajetória durante o regime militar

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o jornalista, professor, escritor e ex-preso político durante o regime militar (1964-1985) Cid de Queiroz Benjamin acabou de concluir sua autobiografia, intitulada ‘Gracias a la Vida’. No livro, Benjamin, que é também membro fundador do Partido dos Trabalhadores (PT), relata sua trajetória durante o regime militar, quando chefiou a Frente de Trabalho Armado (FTA) do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8). Segundo o jornal, Benjamin, preso em 1970 e torturado nas dependências do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na cidade do Rio de Janeiro, afirma em seu livro que a prática de tortura não é exclusiva de “psicopatas sádicos e jovens militares extremistas da Guerra Fria”, mas também de cidadãos “normais” que tinham tal ato como sua “rotina” profissional. O autor declarou, porém, não querer humanizar o torturador, mas sim constatar que pessoas comuns são também capazes de torturar, o que torna o fato mais grave. De acordo com O Estado, Benjamin destacou, através de relatos no livro, a admiração dos militares pela coragem dos presos submetidos às torturas e lembrou que durante seu cárcere o “sistema de repressão” ainda não era totalmente profissionalizado e, por isso, desenvolviam-se relações pessoais entre torturadores e torturados. O jornalista é a favor da punição dos torturadores e revelou que só não anistiaria quem o torturou por se tratar de uma questão política, e não pessoal. No livro, Benjamin avaliou que, pela impossibilidade de vitória, o caminho da luta armada foi um equívoco, apesar de admitir que o sequestro do embaixador estadunidense, Charles Elbrick, do qual Benjamin participou, foi um “gol de placa”. (O Estado de S. Paulo – Aliás – 21/04/13) 

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