Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o sargento do Exército Roberto
Artone, padrinho de casamento do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, pode
ser a peça chave para a localização de 13 desaparecidos políticos e para
esclarecer as mortes de outros 14 militantes de esquerda durante o regime
militar (1964 – 1985). Artone, que utilizava o codinome Pedro Aldeia, era o
homem de confiança de Ustra, então comandante do Destacamento de Operações de
Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do 2º Exército
em São Paulo, e do capitão Enio Pimentel da Silveira, chefe da Seção de
Investigação do mesmo órgão. Artone é investigado pelo Ministério Público Federal
(MPF) pelas mortes dos guerrilheiros Antônio Carlos Bicalho Lana e sua
companheira Sônia Maria Moraes Angel Jones, em 1973, e pelo desaparecimento do
casal Wilson Silva e Ana Kucinski, em 1974, todos membros da Ação Libertadora Nacional (ALN). Além disso,
ele era amigo do ex-sargento do Exército Marival Chaves, principal testemunha
do MPF e da Comissão Nacional da Verdade (CNV) sobre as violações de direitos
humanos ocorridas durante o regime. Entretanto, segundo o jornal, esta amizade
terminou quando o amigo revelou o sequestro e morte de quase 20 integrantes do
Partido Comunista Brasileiro e da ALN. Artone é um dos últimos sobreviventes do
núcleo duro do DOI-Codi, conhecia as atividades da Seção de Investigação e
mantinha contato com os informantes. (O Estado de S. Paulo – Política -
10/05/13)
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