quarta-feira, 15 de maio de 2013

Comissão Nacional da Verdade II: criação de grupo de trabalho para investigar perseguições a militares


De acordo com os jornais Correio Braziliense e Folha de S. Paulo, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) criou um grupo de trabalho para apurar perseguições a militares pelo Estado brasileiro durante o regime militar (1964-1985). A criação do grupo foi motivada pelo depoimento do brigadeiro Moreira Lima, que relatou ter sofrido perseguição, tendo sua casa incendiada e seu filho sequestrado por militares. Outro caso, segundo a Folha, foi relatado pelo ex-fuzileiro naval Paulo Novaes Coutinho, em audiência pública realizada pelas comissões da verdade Nacional e do Rio de Janeiro. Coutinho afirmou ter sido enviado em 1964 ao Sindicato dos Metalúrgicos, no Rio de Janeiro, com a missão de desalojar marinheiros que ocupavam o prédio. No entanto, ele e outros 22 militares contrariaram as ordens do Comando da Marinha e se recusaram a atirar. A afronta rendeu-lhes mais de 100 dias de prisão e perseguição durante todo o regime militar. O grupo de trabalho calcula que 7.488 militares foram perseguidos e outros 30, mortos. Segundo o presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, “o termo ditadura militar esconde essa situação paradoxal de militares que foram perseguidos e acabaram estigmatizados como traidores ou desertores”. (Correio Braziliense – 05/05/13; Folha de S. Paulo – Poder – 05/05/13)

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