De
acordo com os jornais Correio Braziliense
e Folha de S. Paulo, a Comissão
Nacional da Verdade (CNV) criou um grupo de trabalho para apurar perseguições a
militares pelo Estado brasileiro durante o regime militar (1964-1985). A
criação do grupo foi motivada pelo depoimento do brigadeiro Moreira Lima, que
relatou ter sofrido perseguição, tendo sua casa incendiada e seu filho
sequestrado por militares. Outro caso, segundo a Folha, foi relatado pelo ex-fuzileiro naval Paulo Novaes Coutinho,
em audiência pública realizada pelas comissões da verdade Nacional e do Rio de
Janeiro. Coutinho afirmou ter sido enviado em 1964 ao Sindicato dos
Metalúrgicos, no Rio de Janeiro, com a missão de desalojar marinheiros que ocupavam
o prédio. No entanto, ele e outros 22 militares contrariaram as ordens do Comando
da Marinha e se recusaram a atirar. A afronta rendeu-lhes mais de 100 dias de
prisão e perseguição durante todo o regime militar. O grupo de trabalho calcula
que 7.488 militares foram perseguidos e outros 30, mortos. Segundo o presidente
da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, “o termo ditadura
militar esconde essa situação paradoxal de militares que foram perseguidos e
acabaram estigmatizados como traidores ou desertores”. (Correio Braziliense –
05/05/13; Folha de S. Paulo – Poder – 05/05/13)
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