De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, documentos da época do regime militar
brasileiro (1964-1985) revelam os esforços da desenhista de modas, Zuleika
Angel Jones, conhecida como Zuzu Angel, para denunciar o assassinato do filho,
Stuart Edgar Angel Jones. Participante do Movimento Revolucionário Oito de
Outubro (MR8), Jones teria sido morto sob tortura no Centro de Informações de
Segurança da Aeronáutica (Cisa), na Base Aérea do Galeão, na cidade do Rio de
Janeiro. Zuzu Angel aproveitou a dupla nacionalidade do filho, nascido nos
Estados Unidos, para pedir auxílio a personalidades estadunidenses e divulgar o
crime em um país onde a censura imposta pelos militares brasileiros não
funcionaria. Em setembro de 1971, Zuzu Angel organizou um desfile de moda em
Nova York e aproveitou a ocasião para denunciar o caso de seu filho. O ato teve
ampla repercussão e a história foi publicada em jornais de diversos países, mas
não no Brasil. Por volta de outubro daquele ano, no entanto, militares
brasileiros espalharam cartazes com a foto de Stuart como procurado. Naquela
época, segundo carta escrita pelo preso político Alex Polari de Alverga, Stuart
já não estava mais vivo. Zuzu Angel sabia que corria riscos e chegou a deixar
uma mensagem ao compositor Chico Buarque de Hollanda afirmando “se eu aparecer
morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado
filho”. Em 14/04/1976, Zuleika Angel Jones morreu em um acidente de carro que,
em 1998, seria julgado como assassinato pela Comissão de Mortos e Desaparecidos
Políticos. Os documentos que revelam a luta de Zuzu Angel estão atualmente disponíveis
no Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro. (O Estado de S. Paulo – Aliás –
12/05/13)
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