De
acordo com os periódicos Correio
Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a Comissão
Nacional da Verdade (CNV), com o auxílio do Ministério Público Federal do Rio
Grande do Sul, autorizou a exumação do corpo do ex-presidente da República João
Goulart, conhecido como “Jango”, que morreu na Argentina em 1976. Segundo os
jornais, o objetivo da ação é apurar a possibilidade do ex-presidente ter sido
envenenado por agentes da Operação Condor. A suspeita surgiu, segundo os
periódicos, de uma denúncia feita pelo ex-agente do serviço de inteligência
uruguaio Mário Neira Barreiro. Em março de 2013, a família de Goulart fez um
pedido formal à CNV para que o corpo fosse exumado. O filho de Jango, João
Vicente Goulart, declarou que a medida é "um grande primeiro passo".
De acordo com o Correio, a integrante
da CNV, Rosa Cardoso, declarou que o resultado da exumação pode não ser
conclusivo, pois, devido ao grau de decomposição da massa óssea, a tecnologia
pode não ser suficiente para alcançar o resultado. Segundo o Correio, a CNV criará uma força-tarefa,
formada por integrantes da própria Comissão, Polícia Federal, Secretaria de
Direitos Humanos, Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Ordem dos
Advogados do Brasil e Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul, para
acompanhar todos os procedimentos. Segundo O
Estado, em reunião na seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do
Brasil no dia 08/05/13, Rosa Cardoso e a ministra dos Direitos Humanos, Maria
do Rosário, definiram a estratégia de montar uma equipe de peritos
internacionais, incluindo aqueles de países envolvidos na Operação Condor, como
Argentina e Uruguai, para conferir mais autenticidade e imparcialidade ao
trabalho. Cardoso afirmou que “há
previsão até de um perito russo, porque a Rússia é um país que tem perícias
muito desenvolvidas”. Em coluna
opinativa para o jornal Folha de S. Paulo,
Carlos Heitor Cony, contou que a exumação do corpo de Jango é um assunto
antigo. Segundo o escritor, o pedido já havia sido feito diversas vezes, mas
encontrou empecilhos, tanto por parte de acordo entre generais que governavam o
Brasil e a Argentina na época, quanto pela própria família do ex-presidente,
que exigia que a operação fosse feita por técnicos e institutos internacionais.
De acordo com Cony, as diversas investigações já feitas foram inconclusivas,
mas deixam claro que o caso exige apuração. (Correio Braziliense – Política –
04/05/13; Correio Braziliense – 05/05/13; Folha de S. Paulo – Poder – 04/05/13;
Folha de S. Paulo – Opinião – 05/05/13; O Estado de S. Paulo – Política –
09/05/13).
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