Segundo o jornal Correio Braziliense, está aumentando, no
Brasil, a preocupação com ameaças digitais. O Relatório de Ameaças à Segurança
na Internet, divulgado pela Symantec, mostra que o país é o quarto mais visado
pelos criminosos virtuais, e o número de ofensivas vem aumentando desde o ano
de 2012. A preocupação se torna ainda maior em vista dos eventos esportivos internacionais
que o país receberá nos próximos anos, como a Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas
(2016). O estrategista em segurança para o Brasil da Symantec, André Carrareto,
afirmou que “com certeza, haverá mais links com códigos maliciosos que usam os
eventos como tema”. A advogada especialista em direito digital Patrícia Peck
avaliou que o país ainda está em processo de amadurecimento da segurança
pública digital. Nos últimos três anos, a necessidade de se proteger
impulsionou investimentos na área e o setor deve receber cerca de R$ 40 milhões
do governo federal para a Copa das Confederações (2013) e a Copa do Mundo. Segundo
o jornal, o setor responsável por coordenar as ações de proteção de sistemas
críticos e sites oficiais é o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber) do
Exército, que atua em conjunto com outros órgãos nacionais. Para Peck, existe
uma grande dificuldade em responder a um incidente durante grandes eventos,
pois não há definição sobre quem deve responder por cada caso. “Digamos que
seja postada no Facebook uma denúncia de bomba em um estádio, cabe a quem
responder? Se for uma ameaça, a questão é de segurança, e é de responsabilidade
do Ministério da Defesa. Caso seja um crime, aí a polícia deve entrar em jogo.”
Durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, o CDCiber será responsável por observar sites e
sistemas ligados ao evento, com a preocupação imediata de dois tipos de ataque:
a desfiguração de páginas oficiais e a negação de serviço. O comandante do
destacamento do Distrito Federal do CDCiber, o coronel José Ricardo Souza
Camelo, apontou que “o primeiro [desfiguração de páginas oficiais] resulta em
prejuízo na página da instituição, e isso é crítico para o país. Já o segundo
[negação de serviço], apesar de não ser sofisticado, é eficaz. Sofremos com ele
na Rio+20 e observamos que em outros eventos internacionais se tentou fazer
isso”. Para combater ameaças persistentes avançadas que, segundo o especialista
em segurança Rodrigo Herdy, tem crescido exponencialmente no Brasil, foi
desenvolvido o FireEye que encontra o
código malicioso no sistema antes que ele possa obter qualquer informação
sigilosa. (Correio Braziliense – 23/04/13)
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