De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, alguns integrantes da Comissão Nacional da
Verdade (CNV) afirmaram que as investigações do grupo sobre as violações de
diretos humanos ocorridas durante o regime militar (1964-1985) podem oferecer subsídios
a processos judiciais. O sociólogo Paulo Sergio Pinheiro, um dos membros da
Comissão, disse que “investigações servem para a responsabilização de
criminosos”, e que essa tendência foi observada em todos os países onde
comissões desse tipo foram formadas. A advogada e também membro da CNV, Rosa
Cardoso, acredita que as conclusões e recomendações do relatório final
“ajudarão a fazer justiça” no Brasil se houver mobilização da sociedade para a
revisão da Lei da Anistia, de 1979. Pinheiro afirmou que a CNV recomendará, em
seu relatório final, que o Brasil respeite a decisão da Corte Interamericana de
Direitos Humanos, no que diz respeito à validade da Lei da Anistia, o que
segundo a psicanalista e membro da Comissão, Maria Rita Kehl, não pode ser
visto como revanchismo, pois “querer justiça não é algo vil”. De acordo
com a coluna opinativa da jornalista Tereza Cruvinel para o jornal Correio Braziliense, independente da
revisão da Lei da Anistia e da condenação dos que cometeram violações de direitos
humanos durante o regime, o país precisa conhecer os responsáveis pelos delitos
cometidos no período. Além disso, Cruvinel afirmou que as declarações de Pinheiro
correspondem ao que os representantes e familiares de vítimas do regime militar
esperavam, ao afirmar que a prioridade da CNV é identificar os mortos e
desaparecidos e as “cadeias de comando do terror” durante o regime. (Correio
Braziliense – 02/05/13; Folha de S. Paulo – Política – 30/04/13)
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