Segundo o periódico O Estado de S. Paulo,
a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apresentou ao Palácio do Planalto,
no dia 14/08/13, o Cripto GOV e o cGOV, programas para a proteção de dados que
estarão prontos nos próximos dias. O sistema, semelhante a um pen drive,
chamado Plataforma Criptográfica Portátil (PCP), quando conectado cria áreas
seguras no computador onde os documentos criados são automaticamente
criptografados. O cGOV permite a transmissão desses documentos via internet. A Abin
acredita que isto permitirá aos servidores com acesso a informações sigilosas
que utilizem mais o recurso da criptografia contra ações de espionagem. Outra
forma de proteção criada pela Abin são telefones com transmissão criptografada,
porém a maioria dos servidores que o possuem relatam dificuldades em utilizá-los
e por isso quase nunca o fazem, com a exceção do ministro da Defesa, Celso
Amorim. Por conta da espionagem dos Estados Unidos da América (EUA) às
comunicações da presidenta da República, Dilma Rousseff, os produtos da Abin
começarão a ser distribuídos nos próximos dias. Segundo o jornal, com a
estrutura que Brasil possui atualmente, a criptografia, considerada de primeira
linha, é a melhor ferramenta para proteger dados sigilosos, permitindo aos
ministros e servidores a oportunidade de retomar o uso de seus eletrônicos. No
contexto de crescente necessidade de proteção cibernética no Brasil, no ano de
2013 foram destinados R$ 90 milhões para gastos com defesa cibernética, sendo
que desses, somente R$ 61 milhões receberam autorização para serem gastos e R$
54 milhões foram efetivamente aplicados. De acordo com o jornal, tais valores são
considerados irrisórios se comparados aos US$ 52,6 bilhões disponibilizados
pelo governo estadunidense a suas agências. No Brasil, o Ministério da Defesa viu
seu orçamento total reduzido de R$ 18,7 bilhões para R$ 14,2 bilhões, dos quais
somente 0,4% será encaminhado para a defesa cibernética. O jornal avaliou que
os EUA possuem 16 agências de espionagem que contam com 107 mil funcionários,
de maneira que o Brasil não poderá competir somente com criptografias, uma vez
que as revelações de Edward Snowden mostraram que mesmo algumas mensagens
criptografadas podem ser lidas pela espionagem estadunidense. (O Estado de S.
Paulo – Política – 08/09/13; O Estado de S. Paulo – Economia – 08/09/13)
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