De
acordo com o periódico Folha de S. Paulo, o Ministério das Comunicações foi
autorizado a colocar em funcionamento um satélite geoestacionário que será
responsável por toda comunicação das Forças Armadas. A autorização foi
concedida logo após as denúncias de espionagem à presidenta da República, Dilma
Rousseff, e à empresa Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) virem a público. A
outorga, que garante o posicionamento do satélite, foi dada pela Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o equipamento possibilitará que os
dados e chamadas do Exército, Marinha e Aeronáutica trafeguem por uma rede
segura na tentativa de impossibilitar que os órgãos de segurança estadunidenses
tenham acesso ilegal a informação estratégica. Assim, o satélite, que já estava
previsto no Programa Nacional de Banda Larga, com o objetivo de levar internet de
alta velocidade a regiões de difícil acesso, será compartilhado com as
comunicações do governo e das Forças Armadas. Segundo o ministro das
Comunicações, Paulo Bernardo, uma vez que os dados da Defesa serão
criptografados, não haverá troca de informações entre as áreas, que são
independentes. O relator do tema na Anatel, Rodrigo Zerbone, alegou que, apesar
do projeto ser anterior às denúncias de espionagem, ele demonstra a preocupação
em “ter sob controle do Exército e do governo brasileiro a infraestrutura da
comunicação”. Segundo a Folha, a outorga só se concluirá quando a
Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebrás) -que arcará com R$ 3 milhões no
projeto- e o Ministério da Defesa -responsável por R$ 300 mil- entregarem uma
série de documentos; então sim, o satélite da marca francesa Thales Alenia será
lançado pelo consórcio europeu Arianespace. Ainda, segundo a Folha de S. Paulo,
o ministro Bernardo informou que, no momento, não haverá continuação da
discussão referente à construção de uma rede que permitiria a comunicação entre
as Forças Armadas na rede 4G, utilizando a faixa de 700 MHz, com a empresa
estadunidense Motorola. A empresa já investiu R$ 2 milhões para desenvolver
essa rede no Brasil, a mesma a ser licitada em 2014 no país para implantação de
banda larga de alta velocidade e que possibilitaria às Forças Armadas, por
exemplo, transmitir fotos em tempo real das áreas em monitoramento. Folha de S.
Paulo – Mundo – 15/09/13; Folha de S. Paulo – Mercado – 19/09/13)
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