quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Análise das relações do Brasil-Estados Unidos

Em coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, o jornalista e diretor do Brazil Institute do Woodrow Wilson International Center For Scholars, em Washington, Estados Unidos (EUA), Paulo Sotero afirmou que há dois meses da visita da presidenta da República Dilma Rousseff a Washington, que ocorrerá em outubro de 2013, Brasil e EUA, tem enfrentado problemas que minam a confiança mútua no momento em que ela se faz extremamente necessária para um avanço na relação entre eles. Sotero menciona dois episódios como prejudiciais nas relações entre os Estados: o primeiro foi a cobrança pública de explicações feitas pelo o então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ao secretário de Estado estadunidense John Kerry a respeito do monitoramento de brasileiros pela National Security Agency (NSA). E o segundo foi a detenção do brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista estadunidense que tem divulgado informações da espionagem dos EUA, Glenn Greenwald, com fundamento na lei antiterrorismo, na cidade de Londres, Reino Unido. Segundo Sotero, o aprofundamento das relações entre os dois países demanda confiança para que ambos possam trocar informações sigilosas entre suas agências, como nos casos do Acordo de Assistência Legal Mútua e o Acordo de Intercâmbio de Informações Tributárias. Em destaque na agenda de negociações Brasil-EUA estão o programa que facilitaria a entrada de viajantes brasileiros nos EUA e o acordo sobre o uso da Base brasileira de Alcântara pelos estadunidenses. Sotero ainda ressaltou outros temas que despertam interesses estratégicos por parte de Brasil e EUA, entre eles a escolha do caça para o programa FX-2 de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira, que conta com o modelo F18 Hornet da Boeing na concorrência; a ampliação do mercado de aviões militares da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) nos EUA; e a aspiração brasileira a um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.  O embaixador estadunidense em Brasília, Thomas Shannon, que assumirá um alto cargo no Departamento de Estado dos EUA após a vista da presidenta Roussseff acredita que os interesses permanentes dos dois países são mais convergentes do que divergentes, a começar pela estabilidade nas Américas. (O Estado de S. Paulo – Espaço Aberto – 27/08/13)

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