De
acordo com o jornal Correio Braziliense, a criação de um sistema conjunto de
defesa cibernética está sendo negociada entre Brasil e Argentina. No dia
13/09/13, o ministro da Defesa, Celso Amorim, debateu o assunto com a
presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e os ministros argentinos da
Defesa, Agustín Rossi, e das Relações Exteriores, Hector Timerman. O jornal ,
porém, classificou como “ridículo” o orçamento de R$ 90 milhões para o Centro
de Defesa da Cibernética. Segundo o periódico O Estado de S. Paulo, Amorim
teria almejado nas negociações com a Argentina “estabelecer alguma forma de
‘cooperação’”, que foi classificada como um termo vago que acabaria por
abranger significados que não deveriam corresponder aos interesses do Brasil.
De acordo com O Estado, Amorim considerou “ser necessário sujeitar as
diretrizes brasileiras na guerra cibernética aos objetivos dos parceiros na
América do Sul” e mencionou uma “doutrina” sul-americana de defesa cibernética
por meio da criação de uma instância supranacional, o que, segundo o jornal,
feriria a soberania nacional no que se refere à “determinação de suas políticas
de segurança”. O Estado destacou também que a presidenta da República, Dilma
Rousseff, pediu a aprovação do chamado Marco Civil da Internet em caráter de
urgência com o intuito de combater as supostas ameaças apresentadas pelos
serviços de espionagem estadunidenses, apesar do projeto ter como objetivo
apenas a garantia do “livre trânsito de informação e
a neutralidade da rede”. Amorim, por sua vez, expos a preocupação de Rousseff
com a proteção da reserva do pré-sal, devido a suspeita de que o governo
estadunidense estaria espionando a empresa Petróleo Brasileiro S.A.
(Petrobras), recomendando que questões de defesa e projetos estratégicos
tivessem “interesse redobrado”. Segundo Amorim, a solução eficaz seria o
desenvolvimento de um software nacional de defesa cibernética. Mesmo assim, um
estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado em junho
de 2013, apontou que a capacidade das empresas brasileiras para desenvolver
esse tipo de software ainda é limitada, sendo, por isso, necessário intenso
investimento na área. Ainda de acordo com o estudo do Ipea, o Brasil possui
atualmente uma das infraestruturas de rede “mais vulneráveis e desprotegidas do
mundo”, além do país não possuir um documento que “estabeleça as diretrizes
próprias de uma estratégia nacional para a defesa cibernética”. (Correio
Braziliense – 14/09/13; O Estado de S. Paulo – Notas & Informações –
17/09/13)
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