De acordo com o
jornal Correio Braziliense, a Força
Aérea Brasileira (FAB) produziu um relatório sobre “hábitos de autoridades do
governo federal no uso de aeronaves oficiais para deslocamentos a trabalho ou
no trajeto entre Brasília e os estados de origem”. O relatório abrange voos
desde o início do governo de Dilma Rousseff, em 2011, até o primeiro semestre
de 2013 e, segundo o Comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, não inclui
atendimentos ao vice-presidente por motivos de segurança. Conforme o relatório,
foram operados voos em 7244 trechos, com a média de oito decolagens por dia,
para atender o corpo ministerial do governo, os presidentes da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal. Desde 2010 foram
atendidos pedidos para 5250 deslocamentos de autoridades. Os Ministérios da
Saúde, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Justiça e da
Defesa, a presidência da Câmara dos Deputados e a Secretaria de Relações
Institucionais da Presidência da República foram, respectivamente, os órgãos
que mais solicitaram voos da FAB. A utilização de aeronaves oficiais é
concedida ao vice-presidente da República, aos presidentes do Senado Federal,
da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal, a ministros de Estado e
ocupantes de cargo público com prerrogativas de ministro de Estado, aos
comandantes das Forças Armadas e ao chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças
Armadas. O transporte de demais autoridades deve ser autorizado pelo ministro
da Defesa e pelo Comandante da Aeronáutica, atendendo aos critérios previstos:
“motivos de segurança e emergência médica, viagens a serviço e deslocamentos
para local de residência permanente”. De acordo com o jornal, a maioria dos
deslocamentos autorizados para a Secretaria das Relações Institucionais, que
tem status de ministério, teve como motivo viagem para o estado de origem de
autoridades. O Correio apresentou o
caso da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que, apesar de ocupar
residência oficial destinada aos ministros da Casa Civil na capital Brasília,
se desloca frequentemente para a cidade de Curitiba, no estado do Paraná, onde
afirma ser sua residência oficial. Outro caso apresentado foi o do Ministério
da Educação que teve um grande número de viagens realizadas durante a gestão de
Fernando Haddad. Além disso, segundo a Folha de S. Paulo, a Comissão de Ética Pública da Presidência da
República emitiu uma advertência ao ministro da Previdência Social Garibaldi
Alves por ter usado indevidamente um avião da FAB. Conforme o jornal, o
ministro viajou para a cidade de Fortaleza, no estado do Ceará, para cumprir
sua agenda oficial, mas ao retornar, pediu que o avião o levasse para a cidade
do Rio de Janeiro, onde não possui compromissos oficiais, e assistiu ao jogo
final da Copa das Confederações. Segundo uma nota oficial, o ministro voltou à
Brasília em voo comercial. Alves afirmou que devolveria o dinheiro referente ao
custo desse voo à Federação. Segundo o presidente da comissão, Américo Lacombe,
o caso resultou somente em advertência por não ser muito grave e não ser
considerado agressão ao patrimônio. (Correio
Braziliense – 26/08/13; Folha de
S. Paulo – Poder – 27/08/13)
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