quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Filho de ex-presidente concede entrevista sobre morte de Goulart

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a exumação dos restos mortais do ex-presidente da República João Goulart, conhecido por Jango, ocorrerá nos próximos dias, com o objetivo de esclarecer a causa da morte, uma vez que existem suspeitas de que Goulart foi envenenado no seu exílio na Argentina após ter sido deposto pelo golpe de 1964. O filho mais velho do ex-presidente, João Vicente Goulart, em entrevista ao Estado, relembrou “fatos e personagens que situam a morte de Jango no cenário de assassinatos seletivos da Operação Condor - com apoio logístico e técnico de agentes americanos”. Para ele, o Brasil deveria solicitar ao presidente estadunidense, Barack Obama, toda a documentação sobre Jango que os Estados Unidos possuem em seus arquivos, uma vez que o país teve envolvimento com a Operação Condor. O filho do ex-presidente ainda afirmou que o ex-piloto da Força Aérea uruguaia, Enrique Foch Díaz, pode ter envolvimento com um assassinato no contexto da Operação Condor. Díaz teria vendido terras para João Goulart ao mesmo tempo em que mantinha contato com os militares. Em um livro de sua autoria, cujo título é ’’El Crímen Perfecto’’, o ex-piloto uruguaio menciona a possível existência “de um complô comercial contra Jango”, além das possibilidades de envenenamento. De acordo com Vicente Goulart, o ex-agente brasileiro Mario Neira Barreiro teria revelado a ele que monitorou o ex-presidente no exílio. No que tange à exumação, Vicente Goulart mencionou que a família busca incluir peritos cubanos, além dos argentinos e uruguaios já convocados, por possuírem alta capacidade nesse tipo de análise. Além disso, a família do ex-presidente solicitou o testemunho de estrangeiros ligados à Operação Condor, como estadunidenses, além da busca por detalhes da participação do então comandante do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) de São Paulo, o delegado Sérgio Paranhos Fleury, na morte de João Goulart. (O Estado de S. Paulo – Política – 07/09/13)

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