De
acordo com os jornais Correio Braziliense
e O Estado de S. Paulo, o governador
do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou uma parceria com o governo
federal no combate à violência no estado, onde no mês de setembro foram
registrados 135 assassinatos, e no mês de outubro outros 145, sendo que só
neste ano 90 policiais militares foram fuzilados. A proposta de auxílio
concedida pela presidenta da República, Dilma Rousseff, incluía serviços de
investigação da Política Federal, fiscalizações bancárias pela Receita Federal,
transferência de presos para o presídio de segurança máxima da cidade de
Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, e, por último, uma possível
participação da Força Nacional, que conta com contingentes das Forças Armadas. Os
detalhes dessa parceria foram negociados a partir do dia 05/11/12. Entretanto,
o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Roberval Ferreira França,
declarou considerar desnecessário o uso de tropas do Exército nesse caso.
Segundo França, o estado de São Paulo conta com o maior contingente policial da
América Latina, com 100 mil integrantes na Polícia Militar e 30 mil na Polícia Civil,
além de “um grande volume de investimentos em segurança pública”. De acordo com
editorial do Correio, essa parceria
seria bem vinda desde que conseguisse “intimidar a bandidagem” e frear a
violência, mas o problema da segurança não estaria resolvido com essa medida.
Seria necessário pensar a questão “de forma mais ampla e permanente, dentro da
política nacional de segurança pública”, ou seja, não se trata de um problema
exclusivo do estado de São Paulo, mas de uma questão nacional. De acordo com os
periódicos Folha de S. Paulo e o Estado, no dia 06/11/12 foi realizada
uma reunião, entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e a cúpula da segurança
do estado de São Paulo, objetivando o acerto das bases do apoio do governo federal. Na ocasião,
o governo do estado de São Paulo rejeitou o uso
do Exército e da Força Nacional na ocupação de favelas como a de Paraisópolis,
localizada na cidade de São Paulo, que é utilizada como refúgio por integrantes
da organização Primeiro Comando da Capital, que tem sido apontada pelos jornais
como responsável da onda de violência na cidade. Entretanto, o governo de São
Paulo aceitou as demais medidas propostas pelo governo federal, como a transferência
de presos para penitenciárias federais de segurança máxima, a integração entre
os serviços de inteligência federal e estadual, além de medidas para bloqueio
de rotas usadas pelo tráfico de drogas. Segundo Cardozo, “as Polícias Civil e
Militar de São Paulo têm efetivo suficiente. O Exército está no momento
descartado". Ademais, a Folha considerou,
em seu editorial, que o governo do estado está correto ao afirmar que a
situação da segurança pública em São Paulo é diferente de outros estados, e
que, portanto, não faz sentido que sejam utilizadas neste estado tropas do
Exército e de unidades especiais de polícia, como no caso das pacificações das
favelas do estado do Rio de Janeiro. (Correio Braziliense – 03/11/12; Folha de S. Paulo
– Cotidiano – 06/11/12; Folha
de S. Paulo – Opinião – 07/11/12; O Estado de S. Paulo – Cidades/Metrópole –
03/11/12; O Estado de S. Paulo
– Cidades/Metrópole – 07/11/12; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 08/10/12)
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