quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Claudio Fonteles publica textos sobre as violações de direitos humanos a partir dos documentos averiguados pela Comissão Nacional da Verdade

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, foi divulgado, no dia 22/11/12, pelo coordenador da Comissão Nacional da Verdade Claudio Fonteles, uma série de textos que acusam 11 agentes do Estado, entre civis e militares, pela morte sob tortura de cinco militantes de esquerda durante o regime militar (1964-1985). Esta revelação foi feita após a análise de três peritos da Polícia Civil da cidade de Brasília, no Distrito Federal, que constataram que Carlos Marighella (1911-1969) foi morto sem reagir, contrariando assim a versão oficial. Fonteles atribuiu a morte de Marighella a Milton dos Santos (1917-1981), ex-chefe do Centro de Informação do Exército (CIE). É a primeira vez que a Comissão Nacional da Verdade torna público textos produzidos por um de seus integrantes. Segundo o próprio Fonteles, o objetivo é “abrir amplo espaço de diálogo, visando enriquecer essa pesquisa inicial com sugestões e críticas". Os documentos utilizados para compor os textos já foram usados por jornais, acadêmicos e escritores. Fonteles revelou em seus textos “que o metalúrgico Manoel Fiel Filho (1927-1976), o militante da ALN (Ação Libertadora Nacional) Joaquim Câmara Ferreira (1913-1970), o padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto (1940-1969), o engenheiro Raul Amaro Nin Ferreira (1944-1971) e o sargento da Aeronáutica João Lucas Alves (1935-1969) morreram sob tortura por agentes do Estado”. Ainda, segundo Fonteles, o delegado Sérgio Paranhos Fleury, do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) de São Paulo, participou da morte de Ferreira, assim como agentes e legistas encobriram a morte de Aldo de Sá Brito Souza Neto da ALN (1951-1971) e ainda que houve obstrução do Ministério da Justiça na apuração da morte do padre Silva Neto. Fonteles, com base em um relatório confidencial do Serviço Nacional de Informações (SNI), também revelou a participação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na produção de armas para o movimento militar responsável por retirar o presidente da República João Goulart do poder, em 1964. O Grupo Permanente de Mobilização Industrial (GPMI) da Fiesp foi o responsável pelo "fornecimento de armas e equipamentos militares aos revolucionários paulistas". A Folha procurou a Fiesp para comentar o assunto, entretanto não obteve retorno. (Folha de S. Paulo – Poder – 23/11/12)

Nenhum comentário:

Postar um comentário