Segundo
os periódicos Correio Braziliense e Folha de S. Paulo, a Comissão Nacional
da Verdade (CNV) criou um grupo para investigar
a atuação das igrejas católica e protestante durante o regime militar
(1964-1985), tanto nos casos de apoio ao regime como na resistência à repressão.
De acordo com a Folha, o grupo, que se reuniu pela primeira vez no dia 08/11/12, na
cidade de São Paulo, será coordenado pelo membro da CNV, Paulo Sérgio Pinheiro,
e utilizará depoimentos, documentos, arquivos e teses para averiguar o papel
das igrejas no regime. Os resultados dessa busca comporão um capítulo no
relatório final a ser produzido pela CNV. A mobilização para apurar a atuação
das igrejas ocorreu após o depoimento do ex-preso politico Anivaldo Padilha à
CNV, que relatou que em fevereiro de 1970 foi preso após ser delatado por um
pastor e um bispo da Igreja Metodista a qual frequentava. Padilha era diretor
do Departamento Nacional de Juventude da Igreja e participava do movimento da
esquerda cristã, Ação Popular. Em 1971, foi exilado e só retornou ao país em
1979, com a Lei da Anistia. Padilha será uma dos membros do grupo de trabalho e
acredita que haverá resistência às investigações. Segundo o professor Leonildo
Silveira Campos, da Universidade Metodista de São Paulo e um dos integrantes do
novo grupo “a comissão não havia percebido até então que gente das igrejas
fazia o jogo dos órgãos da repressão”. (Correio Braziliense – 07/11/12; Folha
de S. Paulo – Poder – 07/11/12; Folha de S. Paulo – Poder – 09/11/12)
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