Segundo o periódico Folha de S.
Paulo, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) criou uma
Comissão da Verdade para investigar casos de “perseguição, demissões,
aposentadorias compulsórias, delações e outras formas de colaboração” com o
regime militar (1964-1985) que envolveram pessoas vinculadas à instituição. A
Comissão, que será formada por nove membros, entre os quais devem ser
representados professores, funcionários e alunos, foi aprovada por unanimidade
pela congregação da faculdade no dia 27/09/12. Estão previstas duas frentes de
trabalho: uma para mapear casos de pessoas ligadas à faculdade que foram
perseguidas, presas, torturadas, mortas ou desaparecida durante o regime; e
outra para examinar a colaboração da faculdade com o regime. Conforme a Folha, dos 47 mortos e desaparecidos do
período que tinham algum vínculo com a USP, quatro haviam sido alunos da
Faculdade de Direito e atuavam no Movimento de Libertação Popular e na
Vanguarda Popular Revolucionária. Por outro lado, suspeita-se que Alfredo
Buzaid, diretor da Faculdade de Direito entre 1967 e 1969, repassava fichas de
alunos da resistência ao delegado Sérgio Paranhos Fleury, chefe do extinto
Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Documentos oficiais, a exemplo
de atas das reuniões da congregação da época, serão utilizados como fontes de
investigação. (Folha de S. Paulo – Poder – 11/11/12)
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