quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Restos mortais do ex-presidente João Goulart foram exumados no dia 13/11/13

De acordo com os jornais Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, no dia 13/11/13 na cidade de São Borja, no estado do Rio Grande do Sul, os restos mortais do ex-presidente da República João Goulart foram exumados e serão periciados para esclarecer a causa real de sua morte. Embora oficialmente o ex-presidente tenha morrido em função de um ataque cardíaco, a Comissão Nacional da Verdade (CNV), a pedido dos familiares de Goulart, investigam a possibilidade de ter havido um envenenamento promovido pelas autoridades do regime militar (1964-1985). Segundo os jornais, compareceram à cidade de São Borja uma equipe técnica com peritos da Polícia Federal, especialistas estrangeiros e representantes da CNV, bem como os ministros da Justiça e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Os restos mortais do ex-presidente foram levados para Brasília, capital Federal, em um avião da Força Aérea Brasileira, onde passarão por exames antropológicos e de DNA. O especialista consultado pelo do Correio, Malthus Fonseca Galvão, ex-diretor do Instituto Médico-Legal (IML) do Distrito Federal, médico legista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UNB), avaliou que é muito difícil para os peritos provarem qualquer tipo de envenenamento por sabotagem nos medicamentos que o ex-presidente tomava por conta de doenças cardíacas. Contudo, o fato do caixão estar intacto possibilitou aos peritos a retirada dos gases contidos nele antes da abertura, o que pode facilitar na busca por substâncias tóxicas. Em coluna opinativa do Correio, a jornalista Tereza Cruvinel afirmou que as circunstâncias da morte de Goulart provocaram também a sua “morte política”, o seu esquecimento. Segundo Cruvinel, ao contrário do que aconteceu com o ex-presidente, os demais oponentes do regime foram reabilitados, podendo inclusive voltar para a política, o que não foi possível para Goulart que morreu no exílio. A jornalista destacou ainda a importância e carga simbólica da determinação da presidenta da República Dilma Rousseff para que os restos mortais fossem recebidos com honras de chefe de Estado, em cerimônia que ocorreu na Base Aérea de Brasília. Segundo O Estado, os restos mortais foram recepcionados com “salva de 21 tiros de canhão, na presença da presidente Rousseff e de três ex-presidentes da República - José Sarney, Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva”. O Estado destacou o gesto dos comandantes militares que bateram continência a Goulart. Ademais, de acordo com o periódico, a viúva do ex-presidente afirmou que a ação "é um resgate da memória do meu marido". Segundo A Folha, durante a cerimônia, a família do ex-presidente deposto declarou que “a dívida do Estado brasileiro está paga, mas a exumação de seu corpo ainda não é suficiente para finalizar o processo de investigação sobre sua morte”. Além disso, no dia 13/11/13, os senadores Pedro Simon e Randolfe Rodrigues apresentaram um projeto de anulação do ato que destituiu Goulart do cargo de presidente da República, viabilizando a tomada do poder pelos militares. A Folha relembrou que mesmo vivendo no exílio, o ex-presidente foi constantemente alvo de ameaças e que o Serviço Nacional de Inteligência (SNI) continuou espionando-o. Em 2006, um agente da repressão no Uruguai afirmou ter participado de um esquema a mando do governo brasileiro que visava assassinar Goulart misturando veneno a seus remédios. (Correio Braziliense – 12/11/13; Correio Braziliense – 13/11/13; Correio Braziliense – 14/11/13; Folha de S. Paulo – Poder – 12/11/13; Folha de S. Paulo – Poder – 13/11/13; Folha de S. Paulo – Poder – 14/11/13; Folha de S. Paulo – Poder – 15/11/13; O Estado de S. Paulo – Política – 13/11/13; O Estado de S. Paulo – 15/11/13)
  

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