quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Agência Brasileira de Inteligência desbarata esquema de espionagem dos Estados Unidos da América no país

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) exonerou o analista 008997 de seu serviço de espionagem por transmitir dados sigilosos para Agência Central de Inteligência (sigla em inglês, CIA) dos Estados Unidos da América (EUA). Um agente estadunidense, disfarçado de diplomata da embaixada dos EUA em Brasília, cooptou o analista 008997, alto funcionário do órgão – que chefiara a estratégica subunidade da agência em Foz do Iguaçu, no estado do Paraná, antes de assumir, no dia 28/07/11, a superintendência em Manaus, no estado da Amazônia. O objetivo do agente estadunidense era obter informações sobre a atuação do governo brasileiro na Tríplice Fronteira, região de fronteira entre o Brasil, Argentina e Paraguai, e rastrear informantes do governo. Entretanto, ao acessar remotamente documentos protegidos por sigilo do escritório de Foz do Iguaçu, aos quais não poderia ter mais acesso, o analista 008997 fez com que um alerta fosse dado na Abin e uma operação de contraespionagem fosse autorizada por Wilson Trezza, diretor-geral da Agência. Para essa operação, agentes “novatos” foram deslocados de outras regiões do país para acompanhar e filmar um jantar na cidade de Curitiba, estado do Paraná, entre o agente estadunidense e o brasileiro, onde este garantiu ao primeiro que não estavam sendo vigiados pela Abin e marcaram um novo encontro para o mês seguinte. Nesse novo encontro, o brasileiro apresentaria outra pessoa que ajudaria o estadunidense a obter mais informações, porém, o agente da CIA não apareceu, uma vez que foi removido do país logo após o encontro de Curitiba. Segundo servidores da Abin ouvidos pelo Estado, “os americanos, de alguma forma, ficaram sabendo que seu agente tinha sido descoberto e este não poderia mais ficar no país, para evitar problemas diplomáticos”. Em explicações ao governo brasileiro, o governo dos EUA alegou que foi o analista brasileiro quem procurou o diplomata estadunidense. A Abin evitou a exposição do caso e não abriu processo administrativo contra o servidor, que foi exonerado e se aposentou em 17/12/12. Segundo o jornal, a Abin teme que o agente estadunidense tenha obtido uma lista dos informantes infiltrados na comunidade árabe da Tríplice Fronteira. Os EUA consideram a região de Foz do Iguaçu um centro financeiro de abastecimento de grupos terroristas do Oriente Médio. O fato da Abin ter ignorado essa suspeita gerou revolta nos setores de contrainteligência do órgão, que desmascararam o esquema de espionagem. De acordo com uma fonte ouvida pelo Estado, o fato das autoridades responsáveis por detectar ações de espionagem no Brasil omitirem o “grave episódio” da presidenta da Republica, Dilma Rousseff, foi considerado muito sério. A Abin alegou que a falta de uma legislação brasileira que tipifique crimes de espionagem não permite que a agência produza provas. Em resposta ao jornal Folha de S. Paulo, o general José Elito, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, ao qual a Abin está subordinada, negou que o analista tenha passado dados sigilosos à CIA e afirmou que o mesmo se aposentou porque já tinha o tempo necessário para isso.  (Folha de S. Paulo – Mundo – 27/10/13; O Estado de S. Paulo – Internacional –  27/10/13)

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