quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Projetos militares são prioridade nos investimentos do governo brasileiro

De acordo com o periódico Folha de S. Paulo, os projetos militares Prosub, de desenvolvimento de submarinos convencionais e um de propulsão nuclear, e KC-390, uma aeronave de transporte e reabastecimento em voo que está sendo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), receberam os maiores investimentos do governo brasileiro em 2013. Segundo a Folha, o Tesouro Nacional destinou, até o mês de outubro de 2013, R$ 2,5 bilhões a esses projetos, superando investimentos em outros segmentos, como o de infraestrutura. De acordo com o jornal, os programas Prosub e KC-390 foram incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) este ano pelo governo, o que torna os investimentos prioritários e livres de corte de despesas. Segundo o Ministério da Defesa, os dois projetos estão, por coincidência, em suas etapas mais dispendiosas e do mês de janeiro a setembro de 2013, os investimentos na Defesa foram de R$ 6,5 bilhões, uma expansão de 32%. Segundo a Folha, apesar da prioridade dada aos projetos militares, as Forças Armadas alegam falta de verbas para manter as atividades operacionais cotidianas. No início do mês de novembro, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica estiveram no Congresso Nacional para pedir R$ 7,5 bilhões adicionais no Orçamento da União alegando, por exemplo, que 346 das 624 aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) não estão operando por falta de manutenção e combustível. De acordo com a Folha, os gastos com pagamento de pessoal representam cerca de 70% do orçamento do Ministério da Defesa, que será de R$ 72,9 bilhões em 2014. Segundo o jornal, os projetos Prosub e KC-390 são bem diferentes em sua concepção. O Prosub pretende suprir a prioridade da Marinha de possuir uma força submarina relevante. A descoberta de petróleo na camada do pré-sal impulsionou o projeto e o acordo militar com a França, um dos maiores negócios do gênero. Em tal acordo, compete aos franceses a transferência de tecnologia dos submarinos e um pacote completo, que inclui estaleiro, base e quatro submarinos convencionais da classe Scorpène. De acordo com a Folha, as críticas em relação ao submarino nuclear são de que este é inadequado para a defesa costeira, de águas mais rasas e o seu custo de construção equivale a quatro submarinos convencionais, além dos grandes ruídos produzidos pelo reator e seus mecanismos, sendo o silêncio primordial nesse ramo. A Marinha defende que o submarino nuclear daria retaguarda e dissuasão nas águas profundas. Por sua vez, o projeto da aeronave KC-390 consiste, segundo a Folha, em uma “aposta de risco moderado da FAB”, que pretende substituir a frota de aeronaves C-130 Hércules. Com uma rede de fornecedores multinacional, o KC-390 é a maior aeronave já projetada no Brasil. De acordo com o periódico, o KC-390 seria mais barato que o Hércules – US$ 50 milhões contra US$ 65 a 80 milhões do Hércules - e pretende suprir cerca de 20% dos 700 Hércules que serão desativados nos próximos 25 anos no mundo. Segundo o jornal, o projeto KC-390 recebeu R$ 3 bilhões em investimentos do governo e o retorno financeiro viria da exportação da aeronave. A Embraer prevê um retorno total do investimento em 20 anos, através de royalties das vendas. Segundo Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa & Segurança, "o KC-390 será a principal força motriz de crescimento da área de defesa da Embraer nos próximos anos e uma plataforma de exportação de alto valor agregado para o Brasil". (Folha de S. Paulo – Poder – 20/11/13)

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