De acordo com o periódico Folha de S. Paulo, os projetos militares
Prosub, de desenvolvimento de submarinos convencionais e um de propulsão
nuclear, e KC-390, uma aeronave de transporte e reabastecimento em voo que está
sendo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), receberam
os maiores investimentos do governo brasileiro em 2013. Segundo a Folha, o
Tesouro Nacional destinou, até o mês de outubro de 2013, R$ 2,5 bilhões a esses
projetos, superando investimentos em outros segmentos, como o de
infraestrutura. De acordo com o jornal, os programas Prosub e KC-390 foram
incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) este ano pelo governo,
o que torna os investimentos prioritários e livres de corte de despesas.
Segundo o Ministério da Defesa, os dois projetos estão, por coincidência, em
suas etapas mais dispendiosas e do mês de janeiro a setembro de 2013, os
investimentos na Defesa foram de R$ 6,5 bilhões, uma expansão de 32%. Segundo a
Folha, apesar da prioridade dada aos projetos militares, as Forças Armadas
alegam falta de verbas para manter as atividades operacionais cotidianas. No
início do mês de novembro, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica
estiveram no Congresso Nacional para pedir R$ 7,5 bilhões adicionais no
Orçamento da União alegando, por exemplo, que 346 das 624 aeronaves da Força
Aérea Brasileira (FAB) não estão operando por falta de manutenção e
combustível. De acordo com a Folha, os gastos com pagamento de pessoal
representam cerca de 70% do orçamento do Ministério da Defesa, que será de R$
72,9 bilhões em 2014. Segundo o jornal, os projetos Prosub e KC-390 são bem diferentes
em sua concepção. O Prosub pretende suprir a prioridade da Marinha de possuir
uma força submarina relevante. A descoberta de petróleo na camada do pré-sal
impulsionou o projeto e o acordo militar com a França, um dos maiores negócios
do gênero. Em tal acordo, compete aos franceses a transferência de tecnologia
dos submarinos e um pacote completo, que inclui estaleiro, base e quatro
submarinos convencionais da classe Scorpène. De acordo com a Folha, as críticas
em relação ao submarino nuclear são de que este é inadequado para a defesa
costeira, de águas mais rasas e o seu custo de construção equivale a quatro
submarinos convencionais, além dos grandes ruídos produzidos pelo reator e seus
mecanismos, sendo o silêncio primordial nesse ramo. A Marinha defende que o
submarino nuclear daria retaguarda e dissuasão nas águas profundas. Por sua
vez, o projeto da aeronave KC-390 consiste, segundo a Folha, em uma “aposta de
risco moderado da FAB”, que pretende substituir a frota de aeronaves C-130
Hércules. Com uma rede de fornecedores multinacional, o KC-390 é a maior
aeronave já projetada no Brasil. De acordo com o periódico, o KC-390 seria mais
barato que o Hércules – US$ 50 milhões contra US$ 65 a 80 milhões do Hércules -
e pretende suprir cerca de 20% dos 700 Hércules que serão desativados nos
próximos 25 anos no mundo. Segundo o jornal, o projeto KC-390 recebeu R$ 3
bilhões em investimentos do governo e o retorno financeiro viria
da exportação da aeronave. A Embraer prevê um retorno total do investimento em 20
anos, através de royalties das vendas. Segundo Luiz Carlos Aguiar, presidente
da Embraer Defesa & Segurança, "o KC-390 será a principal força motriz
de crescimento da área de defesa da Embraer nos próximos anos e uma plataforma
de exportação de alto valor agregado para o Brasil". (Folha de S. Paulo –
Poder – 20/11/13)
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