quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Historiador analisa a ação dos Estados Unidos no Brasil em relação à tomada de poder pelos militares em 1964

Em coluna opinativa para o jornal Folha de S. Paulo, historiador Boris Fausto afirmou que os Estados Unidos da América (EUA) apoiariam a tomada de poder pelos militares no Brasil em 1964 mesmo que o presidente estadunidense John F. Kennedy não tivesse sido assassinado. De acordo com Fausto, os EUA tinham o objetivo de impedir que o caso da Revolução Cubana (1959) se repetisse em outro país e o Brasil era visto com preocupação diante do crescimento dos movimentos sociais, do aumento da inflação e da dificuldade do então presidente da República João Goulart em governar. Com isso, segundo o historiador, no ano de 1963 os EUA estavam empenhados em apoiar grupos de oposição do Brasil, inclusive os que defendiam o golpe militar como solução política. De acordo com Fausto, Kennedy afirmara ao embaixador Lincoln Gordon: "Do jeito que o Brasil vai, daqui a três meses o Exército pode vir a ser a única coisa que nos resta". O historiador considerou improvável que Kennedy, se tivesse vivo à época da tomada de poder pelos militares no Brasil, apoiaria os seguidores do marechal Castello Branco em detrimento dos integrantes da chamada “linha dura” que disputavam o poder no interior das Forças Armadas. Segundo Fausto, o Brasil não era “o quintal dos EUA” e a vitória da “linha dura” atribuía-se “aos rumos da política interna e ao desfecho entres as facções militares”. (Folha de S. Paulo – Mundo – 20/11/13)

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