quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Exército brasileiro se destaca na execução de grandes obras

De acordo com o Correio Braziliense, a eficiência do Exército em lidar com a execução de 16 projetos importantes para o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) convenceu a presidenta da República, Dilma Rousseff, a convocar a instituição para um novo projeto. Rousseff confiou aos engenheiros militares o estabelecimento de um padrão gerencial de planejamento e de execução de obras, pretendendo atingir o mesmo patamar de economia e rapidez obtido pelas tropas em todos os projetos. Essa padronização será exibida em portal na internet, até 2015. Atualmente, o Exército trabalha em 20 projetos, orçados em R$ 1,2 bilhão, utilizando seus 12 batalhões de engenharia espalhados pelo território nacional. O general Joaquim Brandão, chefe do Departamento de Engenharia e Construção (DEC), alegou que a diferença entre uma empreiteira privada e as tropas está na forma de encarar as obras: para os militares, elas são equivalentes a uma missão. O DEC foi criado em 1880 e atualmente se localiza em prédio do Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano de Brasília, comandando 15 mil militares, em todas as regiões do país, que atuam tanto na gestão quando na execução de obras. Uma novidade oferecida pela divisão seria a consultoria em projetos, como a avaliação de edificações feita para o Ministério Público da União (MPU). A base acadêmica para as atividades do Exército se encontra no Instituto Militar de Engenharia (IME), que se mantém atualizado através de parcerias tecnológicas com empresas e centros de pesquisa. A capacidade demonstrada pelo Exército nas obras estaria ligada a necessidade de agir com eficiência em tempos de guerra, restaurando as construções danificadas e construindo ligações terrestres. Para o general Brandão, são muitos os benefícios de utilizar as equipes do DEC, a utilização de mão-de-obra e equipamentos próprios reduz os custos, além do recrutamento e qualificação de profissionais civis no local da obra ser parte da função social da instituição. Uma parceria com a multinacional estadunidense Autodesk permitirá ao Exército dar mais rigor técnico aos seus serviços, até mil quilômetros distantes da base. A instituição passou a levar em conta também a preservação ambiental e o equilíbrio financeiro, além de investir no controle de dados para gerenciamento dos projetos. O Exército é uma instituição submetida às regras das licitações públicas como qualquer empresa privada. Em 2010, a Procuradoria-Geral da Justiça Militar iniciou uma investigação para apurar possível envolvimento de oito generais com irregularidades encontradas nas obras da instituição, realizadas entre os anos de 2004 e 2009, porém, nada foi provado. Segundo Brandão, os 12 batalhões de engenharia são monitorados pelo MPU, pela Advocacia-Geral da União (AGU), pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU), uma vez que todos os bens utilizados pelo Exército pertencem a União. A Diretoria de Obras Militares (DOM) do Exército estabeleceu parceria com o TCU na esperança de realizar, futuramente, uma gestão digital das obras de infraestrutura, facilitando a fiscalização de projetos. Na área empresarial, já existem multinacionais se espelhando no Exército brasileiro, conforme noticiou o periódico. Segundo Steve Blum, vice-presidente da Autodesk, a instituição merece atenção na medida em que consegue reduzir em até 30% o custo das obras somente com o gerenciamento de tempo e de material. Com o objetivo de obter recursos para construção de um polo de ciência e tecnologia na cidade de Guaratiba, o Exército propôs uma parceria público-privada (PPP). Essa construção terá o custo de R$ 1,5 bilhão e a proposta do Ministério do Planejamento visa atrair grandes empresas que possam bancar o centro tecnológico em troca de utilizarem seus serviços por 30 anos. O advogado Bruno Pereira, coordenador do portal PPP Brasil, informou que o Ministério da Defesa elaborou quatro projetos utilizando essa modalidade de contratação. Os projetos abrangem a construção de um colégio militar na cidade de Manaus, equipamentos para educação física e um empreendimento residencial no estado do Rio de Janeiro, além da logística de combustível dos estados de Tocantins e Goiás. O economista Claudio Roberto Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria e especialista de investimentos em projetos de infraestrutura, defendeu que não haveria problemas em delegar a construção de obras para os militares, desde que a instituição apenas complemente as empresas privadas, de forma que não se estabeleça uma competição desigual no ramo. Atualmente, os batalhões de engenharias envolvidos em grandes obras (como Batalhão Mauá, que atua na reforma do Aeroporto de Caravelas, no estado da Bahia) estão abrindo convocações para várias frentes, inclusive algumas rejeitadas pelo setor privado. Ainda de acordo com o Correio, foi o Exército brasileiro que impediu a paralisação total das obras para transposição das águas do Rio São Francisco. O Batalhão de Engenharia assumiu a execução das obras em dois blocos, o chamado Eixo Norte e uma parte do Eixo Leste. O Exército finalizou em junho de 2012 a primeira etapa: um canal de aproximação, que possui dois quilômetros e leva até o ponto de bombeamento; e a barragem da cidade de Tucutu. Apesar dos militares terem entregado sua parte na data estipulada, as construtoras licitadas não cumpriram com sua parte e atrasaram toda a programação, segundo o jornal. (Correio Braziliense – 03/11/13)

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