De
acordo com o Correio Braziliense, durante o regime militar (1964-1985) o campus
da Universidade de Brasília (UnB) foi constantemente vigiado por agentes
militares. A Universidade foi um dos principais endereços do regime militar,
tanto relacionado à repressão quanto a resistência. Em 1978, após alunos da UnB
terem sintonizado no radio a transmissão de um debate do Diretório
Universitário para a criação do Diretório Central dos Estudantes Livre, foi
encontrado um aparelho transmissor composto de microfone, pré-amplificador,
transmissor e fonte de alimentação. Segundo os alunos do Departamento de
Elétrica, o aparelho poderia ser instalado em 30 segundos e alcançava um raio
de 10 quilômetros, cuja frequência era reservada,para utilizá-la era preciso de
autorização do Departamento Nacional de Telecomunicações (Dentel). Depois que o
aparelho foi encontrado, funcionários do Serviço de Proteção ao Patrimônio
tentaram levá-lo para analise, porém, se retiraram quando encontraram
resistência dos alunos. Paulo Parucker, atualmente pesquisador da Comissão
Anísio Teixeira de Memória e Verdade da UnB, alegou que, apesar dos documentos
da época mostrarem que não foi encontrado nenhum responsável pela escuta, é
muito provável que ela fazia parte de um sistema de informações do regime
militar. Antônio Carpintero, professor de arquitetura da UnB, revelou que era
notável o clima de vigilância dentro da Universidade, agentes matriculados nos
cursos tentavam interagir com diversos grupos, além da presença constante dos
militares no campus. Após a entrada em vigor da Lei Suplicy de Lacerda, de
27/10/64, que colocou todas as entidades estudantis na clandestinidades, salvo
as vinculadas com Ministério da Educação, o governo instituiu o Decreto-Lei nº
477 de fevereiro de 1969, que demandava a punição rigorosa de professores,
alunos e funcionários considerados subversivos. Devido a essa nova lei, as
discussões sobre a criação de uma entidade representativa independente só foram
retomadas em 1970, ainda sob constante vigilância militar (Correio Braziliense
– 03/11/13)
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