quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Organização das Nações Unidas suspeita de irregularidades na Missão de Paz no Haiti

De acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, auditorias secretas da Organização das Nações Unidas (ONU) revelaram suspeitas de irregularidade na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), sob comando brasileiro. As auditorias identificaram problemas de contratos superfaturados, pagamento de serviços sem nota fiscal e licitações com suspeita de favorecimento. Após dois anos do início da missão, um primeiro relatório interno da ONU apontou para as primeiras irregularidades. Em uma carta enviada a Juan Gabriel Valdés, representante especial do secretário-geral da ONU, em 2006, a Divisão de Auditoria Interna revelou que dos US$ 8,4 milhões gastos em pagamentos pela missão a fornecedores locais, US$ 3,8 milhões foram realizados sem contrato escrito. Além da falta de contratos relativos aos pagamentos, as empresas fornecedoras inflaram os recibos cobrando até 87% a mais que os preços estabelecidos pelo governo. A auditoria revelou que a empresa Haytian aumentou seus preços no mesmo período em que a missão iniciou as exigências por um plano de produção de energia, levando a ONU a perder por volta de US$ 452 mil entre junho de 2004 e janeiro de 2006. O relatório mostrou também que a Minustah pagou US$ 7 mil em um serviço feito pelos próprios funcionários da ONU e US$ 56 mil em espaços nas rádios e camisetas que não foram autorizadas pelo Departamento de Licitações. No relatório da Divisão de Auditoria Interna da ONU, publicado em 11/01/07, foi identificado ainda que o mecanismo para evitar fraude no combustível (comprado para os mais de 2 mil carros, caminhões, tanques e aviões da ONU) não foi totalmente implementado. A Divisão de Auditoria afirmou que, nessa compra, houve o favorecimento de uma empresa, a Dinasa, que ficou com um contrato de US$ 8,7 milhões. Três empresas se apresentaram para licitação, a Total, Dinasa e Skylink, sendo que o preço oferecido pela Total era o menor e, portanto, ela deveria ter sido a ganhadora. Com isso, o relatório concluiu que houve acesso a “informações internas” da ONU. O jornal ainda destacou que, no escritório de Nova York, nos Estados Unidos da América, a ONU constatou novas suspeitas: os pagamentos da Minustah aos vendedores de combustível não possuíam documentos que os justificassem. Procurada pelo Estado, a ONU confirmou ter apurado o caso, mas se recusou a fornecer mais informações. (O Estado de S. Paulo – Internacional – 03/11/13)

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