quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Colunista relembrou a história de João Goulart, ex-presidente da República deposto por militares

Em coluna opinativa para o jornal Correio Braziliense, o jornalista Luiz Carlos Azedo relembrou a história do ex-presidente da República João Belchior Marques Goulart (Jango), cujos restos mortais foram exumados por decisão da Comissão Nacional da Verdade. Azedo ressaltou a suspeita de que o ex-presidente tenha sido envenenado durante a Operação Condor, aliança político-militar entre os regimes militares do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile e Uruguai. Em 1961, na condição de vice-presidente da República, Goulart assumiu o governo após a renúncia do então presidente Jânio Quadros, tendo forte apoio popular. Como condição ao cargo, Goulart aceitou o parlamentarismo; no entanto, no ano seguinte, convocou um plebiscito no qual o povo optou pela volta do presidencialismo. Em 1964, foi deposto pelos militares, acusado de comandar uma “república sindicalista” e tendo em vista o fracasso do Plano Trienal que levou ao descontrole da inflação. Segundo Azedo, falhas políticas como a tolerância com a revolta dos marinheiros e tentativa de mudança da Constituição foram apontadas como possíveis causas para sua deposição. Em 14/11/13, os restos mortais de Goulart foram recebidos com honras militares no Palácio do Planalto e representaram um marco na restauração da verdade a respeito das vítimas do regime militar (1964-1985). No dia seguinte, em reportagem para a Folha de S. Paulo, Carlos Fico, professor de história do Brasil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou que “exumar também significa retirar do esquecimento”. Segundo o professor, apesar de ter sido uma figura popular, Goulart foi rapidamente esquecido após sua deposição, pois “a censura do regime militar não permitia que seu nome fosse mencionado”. De acordo com Fico, nas últimas décadas a trajetória de Goulart voltou a ser estudada e as avaliações “apaixonadas, como as que foram feitas contra Goulart logo após o golpe de 1964” estão se alterando. (Correio Braziliense – 11/11/13; Folha de S. Paulo – Poder – 15/10/13)

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