quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Parcerias entre governos federal e estadual garantem a preservação de memórias do regime militar

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o pedido de tombamento do prédio da antiga sede do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) em São Paulo será votado e, caso aprovado, será memorial da luta contra o regime militar (1964-1985). Na cidade de São Paulo existem ainda o Memorial da Resistência e o Memorial da Luta pela Justiça, localizados na antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e na 2ª Auditoria da Justiça Militar, respectivamente. Os memoriais, que comporão a “Rota da Ditadura”, fazem parte de uma tendência nacional, a exemplo do Memorial da Anistia, ainda em construção em Belo Horizonte, que recebeu investimento do Ministério da Justiça. A pasta, por meio da Comissão da Anistia, investirá ainda na instalação de dez pequenos memoriais em homenagem aos mortos e desaparecidos do regime militar, que farão parte da chamada Trilha da Anistia, que já conta com uma placa com os nomes dos mortos e desaparecidos da região, em frente à antiga cede do Dops em Belo Horizonte, Minas Gerais, e um memorial na praça que abrigou o comitê paranaense da luta pela anistia em Curitiba, no Paraná. Um terceiro memorial, em lembrança aos militares que se opuseram à tomada de poder em 1964 será fincado na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. Fortaleza, São Paulo e Goiânia são as próximas capitais brasileiras a integrar a trilha, que dará continuidade à serie “Pessoas Imprescindíveis”, desenvolvida pela Secretaria de Direitos Humanos durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o jornal, alguns projetos de iniciativa estadual ganharam apoio do governo federal, como é o caso do Memorial da Democracia, em Recife, Pernambuco, que integrará a Rota da Ditadura, a inspiração do projeto paulistano. A rota da capital pernambucana foi idealizada pela ex-presa política e atual titular da Secretaria Estadual de Articulação Internacional, Amparo Araújo, que defende a preservação da memória do período como forma de evitar que a violência se repita. A Rota da Ditadura em Recife conta com a escultura Tortura Nunca Mais, localizada no centro da Praça Padre Henrique, homenagem ao padre opositor do regime militar assassinado em 1969, próxima à antiga sede do Dops. Segundo o presidente da Comissão da Anistia e titular da secretaria Nacional de Justiça, Paulo Abrão, “a onda de memorialização no País segue a tendência mundial de preservação de sítios que ajudam novas gerações a valorizar a democracia”. De acordo com dados apresentados pelo jornal, o Memorial da Resistência, na cidade de São Paulo, recebe 70 mil visitantes por ano, dentre estes, um terço é composto por estudantes em visitas educativas. O projeto de tombamento do DOI-Codi atendeu pedidos do Núcleo de Preservação da Memória Política e é uma parceria entre os governos federal e estadual. (O Estado de S. Paulo – Política – 18/08/13) 

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