quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A situação da Base de Alcântara e do programa espacial brasileiro

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a explosão da Base Militar de Alcântara no ano de 2003 foi o pior acidente da história espacial brasileira, matando 21 engenheiros e técnicos que trabalhavam quando a ignição de um dos propulsores do foguete acendeu antecipadamente, por causa de uma pane elétrica. As investigações da Aeronáutica garantem que não houve sabotagem, mas pouco se sabe sobre a explosão. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, as famílias dos engenheiros e técnicos mortos no acidente ainda esperam respostas do governo em relação aos motivos do mesmo. O irmão de uma das vítimas e presidente da Associação das Famílias das Vítimas de Alcântara, o advogado José Oliveira, afirmou ter pedido a reabertura do processo criminal do acidente e aguarda a manifestação da Procuradoria-Geral da República. Cerca de 19 famílias pedem indenização por danos morais e materiais e aguardam o julgamento do tribunal. De acordo com O Estado, a torre do Veículo Lançador de Satélites (VLS) foi reconstruída e ficou pronta em 2012. Desde então, apenas um teste foi feito e a Agência Espacial Brasileira (AEB), que afirma que o país tem tecnologia para desenvolver o veículo, planeja novo teste ainda em 2013. O ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, criticou a torre de Alcântara e classificou-a como “um monumento a qualquer coisa”. Segundo a Folha, o VLS, que protagonizou o acidente em 2003, fizera dois voos de qualificação, em 1997 e 1999, que fracassaramo que seria mostra de que o programa espacial brasileiro já encontrava dificuldades antes da tragédia. De acordo com O Estado, atualmente, a AEB investe em parcerias com o setor privado, como o acordo firmado com a Ucrânia, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O acordo tinha a finalidade de explorar o mercado comercial de lançamento de satélites usando um foguete Ucraniano, o Cyclone-4, e, para tanto, foi criada a empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). As obras da ACS estão paradas e mais de 1,5 mil funcionários foram demitidos, além disso, parte do maquinário foi alugada ou devolvida. O Brasil suspendeu o investimento alegando que a Ucrânia não repassava recursos. Segundo a Folha, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, declarou, no entanto, que a pasta investirá R$ 1 bilhão na ACS. O presidente da agência espacial ucraniana afirmou que o lançamento do primeiro foguete a partir da Base de Alcântara seria em 2014, enquanto,  para o governo brasileiro, seria em 2015. De acordo com O Estado, o uso da base tem sido renegociado atualmente com os Estados Unidos sob a intenção de fazer uma espécie de aluguel da base, que renderia acordos milionários para o Brasil. (Folha de S. Paulo – Ciência+Saúde – 22/08/13; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 18/08/13) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário