segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Inquérito Policial Militar que apurou o incêndio na base Comandante Ferraz foi concluído

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a investigação sobre o incêndio que destruiu a base brasileira Comandante Ferraz na Antártida, na madrugada do dia 25/02/12, levantou que durante o incêndio funcionários militares e civis da Marinha e cientistas de universidades brasileiras participavam de uma festa em homenagem à professora Therezinha Monteiro Absher, da Universidade Federal do Paraná. De acordo com o inquérito policial militar (IPM), aberto no dia do desastre, a festa foi mantida sob sigilo por parte da Marinha e dos 31 cientistas que estavam na base, entretanto os responsáveis pela investigação começaram a suspeitar que o alarme de incêndio tivesse sido desligado por ordem do comando da base, pois não disparou quando o incêndio começou. Isso ocorreu para que nada atrapalhasse a festa, uma vez que na pista de dança havia um mecanismo que espalhava fumaça produzida por gelo seco e esta poderia disparar os alarmes denunciando um falso incêndio, devido à alta sensibilidade destes. Nos depoimentos, os cientistas não souberam afirmar se os alarmes haviam sido desligados ou não, pois a decisão sobre isto seria de atribuição militar. O inquérito foi concluído e encaminhado para a 11ª Circunscrição Judiciária Militar, classificado como sigiloso conforme o artigo 16 do Código de Processo Penal Militar. Os cientistas alegam que a festa foi fundamental para que não houvesse vitimas entre eles, pois caso contrário, estariam recolhidos em seus alojamentos, que foram destruídos pelo incêndio. De acordo com o que foi apurado pelo Estado, os cientistas afirmaram que, extraoficialmente, foram informados que três militares poderão ser indiciados pelo fato: o comandante da base, capitão de fragata Fernando Tadeu Coimbra; o sargento Luciano Gomes Medeiros, ferido durante o incêndio, e responsável pelos geradores; e o sargento João Cavaci, técnico em eletrônica da base. Ainda segundo o jornal, os cientistas reclamam que não foram indenizados pelo governo federal pelas perdas sofridas durante a tragédia, como havia sido prometido pelo contra-almirante Marcos José de Carvalho Ferreira, que auxiliou os sobreviventes logo após o fato, em nome do governo e também pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, em seus pronunciamentos. Entretanto, a Marinha afirmou as indenizações são de responsabilidade do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, que negou ser o responsável pelo caso. Em nota, o Ministério afirmou que "representantes da comunidade científica reivindicaram a reposição de equipamentos científicos perdidos no incêndio" e que "esta ação já foi aprovada pela pasta e os recursos já estão em trâmite no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para dispêndio final". (O Estado de S. Paulo – Vida – 20/07/12)

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