Conforme publicação do jornal O Estado de S. Paulo, a Comissão da
Verdade reabriu
as investigações e irá organizar nova busca pelo corpo de Ruy Carlos
Vieira Berbert, guerrilheiro do Movimento pela Libertação Popular (Molipo)
morto em 1972 em uma cadeia na cidade de Natividade, estado do Tocantins. A
Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos já havia conduzido uma
missão de busca dos restos mortais do militante, em 1992; no entanto, três
filhas de Domingos Nunes da Silva, um morador de Natividade que morreu na mesma
noite que Berbert, em 02/01/1972, alegaram que a comissão escavou o
lugar errado. Segundo o periódico, a versão sobre a morte do militante contada
pelos militares “sustenta que Berbert se suicidou com uma corda que ganhou de
presente de uma moradora da cidade”. No Cartório de Registro Civil da cidade
constam dois óbitos naquela noite, e fotos inéditas de Berbert divulgadas pelo Estado comprovariam que o governo
militar sempre soube de sua morte, mas ocultou o fato de seus familiares. De
acordo com o secretário da Junta Militar de Natividade em 1972, Ayram Bispo
Macedo, existe a possibilidade de que o
corpo de Berbert tenha sido retirado do cemitério dois anos após o enterro, em
uma “operação de limpeza” do Exército. Tal fato reforçaria a tese de que o
guerrilheiro não cometera suicídio. O único fotógrafo da cidade em 1972,
Antônio Rodrigues de França, foi chamado para fotografar Berbert no dia de sua
morte na cela, e contou que fez fotos quando o cadáver ainda estava preso à
corda, mas tais fotos não constam nos documentos encontrados no Arquivo
Nacional. (O
Estado de S. Paulo – Nacional – 15/07/12)
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