De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a demora na retirada dos escombros da Estação
Comandante Ferraz, incendiada no início de 2012, na Antártida, aumentou o risco
de vazamento de materiais tóxicos no solo. O incêndio, que aconteceu no dia
25/02/12, retratado no Informe Brasil No. 04/2012, deixou dois militares mortos
e destruiu completamente a estação brasileira no continente. Segundo O Estado, houve, na ocasião, dois tipos
de contaminação: a atmosférica, causada pela nuvem tóxica, e a do solo,
ocasionada pelos destroços. Uma vez que o Brasil não pôde terminar de retirar
os escombros antes do início do inverno, por volta do mês de abril, parte deles
ainda permanece no local e está encoberta pela neve; no verão, com o degelo,
pode haver vazamento de materiais altamente tóxicos. A Marinha informou, em
nota, que isolou os escombros para evitar o contato com a neve e que prevê a
retomada dos trabalhos de limpeza do local para novembro de 2012, ou seja, no
início do verão no continente antártico. De acordo com o jornal, na noite do
incidente acontecia uma festa na estação, chamada Baile da Terceira Idade, e o
alarme de incêndio teria sido desligado para evitar que o mecanismo fosse
acionado pelo gelo seco usado na pista de dança. O ministro da Defesa, Celso
Amorim, evitou comentar o assunto, afirmando apenas que há investigação em
curso e que não seria possível tirar conclusões precipitadas sobre as causas do
incêndio. Sua assessoria, entretanto, destacou que Amorim estava ciente da
realização desse baile e que apenas não sabia que o alarme de incêndio fora
desligado. Ainda, segundo O Estado,
os cientistas que perderam documentos pessoais e materiais de trabalho no
incêndio assinaram um manifesto no qual afirmaram não ter recebido assistência
do governo, que não emitiu sequer declarações atestando a perda de documentos
de identificação e passaportes, nem as indenizações pelas perdas pessoais e
profissionais que teriam sido prometidas oficialmente na época do ocorrido.
Sobre as indenizações, a assessoria de Amorim destacou que o ministro nunca
teria afirmado que haveria tal restituição e que foi feito um estudo para
indenizar somente as famílias das duas vítimas fatais. (O Estado de S. Paulo –
Vida – 21/07/12)
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