terça-feira, 23 de abril de 2013

Filme sobre João Goulart é relembrado em festival de cinema


Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o filme "Jango", que conta a história do ex-presidente da República João Goulart, foi destaque na retrospectiva do 18º festival É Tudo Verdade. O filme marca o início das discussões sobre os 50 anos da tomada do poder pelos militares em 1964, que derrubou Goulart da presidência e instaurou o regime militar no Brasil (1964-1985). O documentário, de Silvio Tendler, foi um sucesso quando estreou em 1984, pois, segundo a Folha, o governo militar estava enfraquecido e a campanha pelas Diretas-Já ganhava destaque. Segundo o jornal, a Comissão Nacional da Verdade irá investigar a morte do ex-presidente e a família já permitiu a exumação de seus restos mortais. De acordo com Tendler, na época, o filme pode ser produzido graças ao apoio financeiro de Denize Goulart, filha de Jango, e Antônio Balbino, ex-governador da Bahia e ex-ministro nos governos Getúlio Vargas e Goulart. Em entrevista à Folha, Tendler afirmou que o “Jango” é a maior bilheteria do cinema político brasileiro, com estimativa de um milhão de espectadores. O cineasta relembrou que o filme foi barrado na censura do regime, mas que a realização de uma sessão a portas fechadas para toda a imprensa fez com que ela “comprasse a briga”. Durante o Festival de Cinema de Gramado de 1984, o filme ganhou o prêmio especial do júri e o de melhor filme pelo júri popular, apesar de esforços de setores aliados do regime para que isso não ocorresse. Tendler contou que está produzindo uma trilogia para discutir o pós-64: o primeiro será sobre os advogados que lutaram contra a ditadura; o segundo fala a respeito da resistência dos militares pela democracia; e o terceiro será "Há Muitas Noites na Noite", sobre o exílio, baseado no "Poema Sujo", de Ferreira Gullar. (Folha de S. Paulo – Ilustrada – 03/04/13)

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