terça-feira, 23 de abril de 2013

Declarações do novo secretário particular do governador de São Paulo geram polêmica


De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a cerimônia que inaugurou a disponibilização na web de parte dos arquivos do regime militar (1964-1985) também foi marcada por uma polêmica envolvendo o advogado Ricardo Salles, novo secretário particular do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. Salles é um forte crítico da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e defensor do regime militar, ademais é fundador do Movimento Endireita Brasil (MEB). Segundo o jornal, o novo secretário já apoiou publicamente o regime militar e questionou existência de crimes cometidos por seus integrantes. A presença de Salles na cerimônia gerou mal estar entre os integrantes do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), como o senador Aloysio Nunes Ferreira, que argumentou que Salles vê a história do Brasil sob outra ótica e afirmou que discorda da posição do advogado em negar as graves violações de direitos humanos ocorridas durante o regime. Já o ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, declarou que Salles desconhece a história do país. Outros políticos não só criticaram as posições do secretário, como também defenderam sua saída do cargo.  Em coluna opinativa para o Estado, Marcelo Rubens Paiva, filho do deputado Rubens Paiva, morto por agentes do regime militar, fez forte críticas a Salles e pediu para que Alckmin se retratasse publicamente diante as declarações feitas pelo assessor. Procurado pelo jornal, o governador preferiu não comentar as declarações de Salles, uma vez que se trata de opiniões pessoais e não refletem a posição do governo. Em entrevista ao Estado, Salles alegou que foi mal interpretado e que nunca negou a existência de crimes durante o regime militar, assim como nunca se opôs à busca pela verdade. Em sua opinião, nem todos os militares cometeram crimes. Argumentou ainda que sempre incentivou que os militares fossem voluntariamente à CNV relatar tudo o que vivenciaram durante o período, mesmo porque eventuais crimes que tenham cometido estariam prescritos e, portanto, ninguém seria punido. No caso de Rubens Paiva, Salles afirmou que nunca duvidou que este tivesse sido assassinado por agentes do regime. Entretanto, de acordo com a Folha de S. Paulo, do dia 05/04/13, integrantes do PSDB pediram ao governador que demitisse Salles, pois este pode prejudicar a imagem de Alckmin em decorrência de manifestações públicas sobre suas posições políticas. (Folha de S. Paulo – Poder – 05/04/13; O Estado de S. Paulo – Nacional – 02/04/13; O Estado de S. Paulo – Nacional – 04/04/13)

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