Segundo a colunista Tereza
Cruvinel, do jornal Correio Braziliense,
os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (CNV) tem produzido tímidos
resultados, gerando insatisfação até mesmo por parte da presidenta da
República, Dilma Rousseff. Entretanto, para a colunista, as justificativas para
tal ocorrência encontram-se nas escolhas feitas pela própria presidenta, entre
elas destaca-se a falta de hierarquia no colegiado, diferentemente das
comissões da verdade em outros países latino-americanos, que contavam com presidente
e relator. Além disso, Crunivel apontou que os integrantes da CNV se queixam
das constantes ausências de alguns de seus sete membros, como o advogado José
Paulo Cavalcante Filho e o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Gilson
Dipp, por problemas de saúde. Cruvinel comentou que Rousseff, alegando
pluralidade e imparcialidade no momento da composição do colegiado, deixou de
incluir “representantes das famílias e das entidades que lutam pela verdade,
dos advogados que tiveram coragem de defender as vítimas e dos outros poderes,
que poderiam estar dando sua contribuição”. Com relação à transparência e
divulgação dos trabalhos, a colunista apontou que Rousseff gostaria que a CNV
“estivesse contribuindo de forma mais efetiva para o envolvimento da sociedade
com este resgate da História”, almejando que os depoimentos fossem abertos, com
um maior número de sessões públicas e que mais documentos estivessem à
disposição da população. Cruvinel ainda ressaltou que os clubes militares
consideram a Comissão uma afronta “criada por lei para inventariar os crimes e
as violações ocorridas durante a ditadura, embora não tenha qualquer poder
jurídico para denunciar ou punir”. Além disso, a colunista informou que por
ordem de Rousseff e do ministro da Defesa, Celso Amorim, pela primeira vez foi
proibida a divulgação da Ordem do Dia em 31/03/13, evitando qualquer tipo de comemoração
do aniversário do golpe de 1964. (Correio Braziliense – 31/03/13; Correio
Braziliense – 02/04/13)
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