quinta-feira, 24 de maio de 2012

Autoridades divergem em relação à função dos trabalhos a serem desenvolvidos pela Comissão da Verdade

Conforme noticiado pelo jornal Folha de S. Paulo, o ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que no acordo que viabilizou a criação da Comissão da Verdade, foi decidido que ações da militância de esquerda também seriam analisadas pelo grupo. Jobim evidenciou que, em discussão com o ministro da Secretaria de Direitos Humanos do período da criação do acordo, Paulo Vannuchi, seriam abordadas violações aos direitos humanos em qualquer forma, destacando ainda que "a comissão não tem o objetivo de punir ninguém” e que “é um levantamento da memória”, devendo todos os possíveis violadores dos direitos humanos serem ouvidos. Vannuchi negou a afirmação de Jobim e disse que o acordo não propunha a investigação de ações da esquerda, além de considerar que Jobim agia de forma a agradar os militares, já que, entre os integrantes das Forças Armadas, havia temor de que a Comissão fosse usada como instrumento de revanche por parte da esquerda política. Vannuchi ainda afirmou que negociou com Jobim somente em relação ao período a ser investigado pela Comissão. De acordo com o Correio Braziliense, O vice-presidente da República, Michel Temer, e o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, destacaram o fato da Comissão não ser de caráter revanchista, mas sim de revisão histórica. Segundo Temer “a apuração da verdade dos fatos vai, na verdade, em vez de tumultuar o país, pacificar o país”. Segundo a Folha, o vice-presidente declarou-se favorável a investigar qualquer violação dos direitos humanos, independente dos lados envolvidos. Cardoso ressaltou a necessidade de equilíbrio, para conhecer a história e não repetir erros cometidos no passado. (Correio Braziliense – Política – 15/05/12; Folha de S. Paulo – Poder – 16/05/12; Folha de S. Paulo – Poder – 18/15/12)

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