terça-feira, 13 de maio de 2014

Presidente de Comissão Municipal da Verdade de São Paulo afirmou que Juscelino Kubitschek foi assassinado

Em coluna opinativa para o jornal Folha de S. Paulo, Gilberto Natalini, presidente da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog (CMVVH) de São Paulo, contrariou o parecer da Comissão Nacional da Verdade (CNV) afirmando que o ex-presidente da República Juscelino Kubitschek não morreu em um acidente de trânsito. Segundo Natalini, a CNV desconsiderou diversos fatores que indicam que Kubitschek foi assassinado. Segundo a acusação oficial, um ônibus da Viação Cometa colidira com o automóvel onde estavam o ex-presidente e seu motorista, Geraldo Ribeiro, lançando-o contra um caminhão. A investigação da CNV, no entanto, não levou em consideração que Kubitschek e Ribeiro morreram três minutos após deixarem o hotel-fazenda do brigadeiro Newton Junqueira Villa-Forte, um dos criadores do Serviço Nacional de Informações (SNI) e ligado ao general Golbery do Couto e Silva, então ministro da Casa Civil, e ao general João Baptista Figueiredo, chefe do SNI em 1976. A investigação ainda menosprezou o testemunho de passageiros do ônibus que, unanimemente, afirmaram não ter havido colisão. Em depoimento para a CMVVH, o jornalista Ivan Machado relatou que policiais rodoviários alteraram a posição do veículo antes que a perícia o examinasse. Natalini afirmou que a CNV ignorou também a ameaça de morte à jornalista que divulgou que Sarah Kubitschek, viúva do ex-presidente, acreditava no assassinato do marido, além da declaração de Josias Nunes de Oliveira, motorista que dirigia o ônibus, o qual afirmou ter recebido uma oferta de suborno para assumir a responsabilidade pela morte de Kubitschek. Por fim,  ignorou-se também o depoimento de Ademar Jahn motorista que declarou ter visto a cabeça de Ribeiro caída entre o volante e a porta do veículo antes do choque com o caminhão. Além disso, o jornalista Carlos Heitor Cony apurou que ao deixar o hotel-fazenda, Ribeiro estranhou o carro e indagou se alguém mexera nele. Segundo Natalini, o “Relatório JK” elaborado pela CMVVH, aponta 103 itens que demonstram o assassinato do ex-presidente. (Folha de S. Paulo - Opinião - 06/05/14)

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