terça-feira, 13 de maio de 2014

Política de “neutralização” foi adotada contra a Guerrilha do Araguaia

De acordo com cinco depoimentos concedidos à Comissão Nacional da Verdade (CNV) e obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, após o insucesso das primeiras operações convencionais das Forças Armadas contra a Guerrilha do Araguaia (1979), a presidência da República adotou uma política de "eliminação" e "neutralização" dos adversários políticos. Está é a primeira vez que oficiais da reserva do Exército, detentores de poder de comando durante à guerrilha, falaram sobre o movimento armado à CNV. Segundo o então tenente-coronel e hoje coronel da reserva Idyno Sardenberg Filho, o comando dos combates na fase “decisiva” ficou em Marabá, no estado do Pará, em uma unidade improvisada pelo Centro de Informações do Exército (atual CIEx), na qual eram mantidos sob custódia os guerrilheiros que, a partir de 1973, foram fuzilados. Sardenberg Filho afirmou que recebeu dinheiro do general Milton Tavares para o trabalho de inteligência que sustentou a fase final e de eliminação da guerrilha. De acordo com o general da reserva Álvaro Augusto Pinheiro, a vitória do Exército impediu que militares das forças especiais estadunidense, conhecidos com boinas verdes, fossem enviados ao Brasil. Outros depoimentos à CNV demonstraram a pressão para que o Exército libere o acesso ao arquivo do CIEx, o qual pode esclarecer em definitivo as circunstâncias das execuções sumárias de 41 guerrilheiros presos ou rendidos. (O Estado de S. Paulo - Política - 04/05/14)

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