De
acordo com cinco depoimentos concedidos à Comissão Nacional da Verdade (CNV) e
obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, após o insucesso das primeiras
operações convencionais das Forças Armadas contra a Guerrilha do Araguaia
(1979), a presidência da República adotou uma política de
"eliminação" e "neutralização" dos adversários políticos.
Está é a primeira vez que oficiais da reserva do Exército, detentores de poder
de comando durante à guerrilha, falaram sobre o movimento armado à CNV. Segundo
o então tenente-coronel e hoje coronel da reserva Idyno Sardenberg Filho, o
comando dos combates na fase “decisiva” ficou em Marabá, no estado do Pará, em
uma unidade improvisada pelo Centro de Informações do Exército (atual CIEx), na
qual eram mantidos sob custódia os guerrilheiros que, a partir de 1973, foram
fuzilados. Sardenberg Filho afirmou que recebeu dinheiro do general Milton
Tavares para o trabalho de inteligência que sustentou a fase final e de
eliminação da guerrilha. De acordo com o general da reserva Álvaro Augusto
Pinheiro, a vitória do Exército impediu que militares das forças especiais
estadunidense, conhecidos com boinas verdes, fossem enviados ao Brasil. Outros
depoimentos à CNV demonstraram a pressão para que o Exército libere o acesso ao
arquivo do CIEx, o qual pode esclarecer em definitivo as circunstâncias das
execuções sumárias de 41 guerrilheiros presos ou rendidos. (O Estado de S.
Paulo - Política - 04/05/14)
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