terça-feira, 20 de maio de 2014

Brasil e a defesa cibernética

Segundo o periódico Folha de S. Paulo, invasões cibernéticas criaram um debate acerca da possível existência de um "quinto domínio", que vai além da terra, do ar, do mar e do espaço sideral. Considerando que atualmente sistemas como o de fornecimento de energia ou comunicação estão atrelados a computadores, um código malicioso implantado por outra nação pode significar a suspensão desses serviços. De acordo com a Folha, não há consenso a respeito da utilização do termo “ciberguerra”, que atualmente tem sido aplicado para se referir a uma continuidade de ciberataques. O professor do departamento de estudos de guerra do King's College, no Reino Unido, Thomas Rid, argumenta que qualquer ato que se pretenda um ato de guerra deve ser fisicamente violento, servir como um instrumento para alcançar um fim específico e constituir um ato político. De acordo com a Folha, o subchefe do Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), coronel Alan Costa, alegou que o Brasil experimentou sucesso na área de segurança cibernética durante a Conferência  “Rio+20”, a Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações e que a atuação nesses eventos servirá de guia para atuação do Exército na Copa do Mundo de 2014. Em 2013 foram utilizados R$ 40,8 milhões dos R$ 74,2 milhões do orçamento total disponível para defesa cibernética. Esse orçamento é destinado apenas para a criação e implementação de um sistema de ciberdefesa, pelo qual o CDCiber é responsável, e não se orienta ao desenvolvimento um sistema de ciberataque. Segundo os autores do livro "Cybersecurity and Cyberwar", Peter Singer e Allan Friedman, os ciberataques que oferecem risco a uma nação requerem muita expertise em sua execução, portanto, é mais vantajoso investir em uma defesa sólida. Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, e o general José Carlos dos Santos, o CDCiber foi criado com a intenção de explorar possíveis vulnerabilidades e falhas que permitam penetrar em computadores e que possam ser eventualmente utilizadas em ataques cibernéticos. A partir do termo “ciberdefesa”, que foi definido no 1º Seminário de Defesa Cibernética do Ministério da Defesa como o "conjunto de ações defensivas, exploratórias e ofensivas (...) com as finalidades de proteger os nossos sistemas de informação, obter dados para a produção de conhecimento de inteligência e causar prejuízos aos sistemas de informação do oponente", a doutrina militar do Exército brasileiro não descarta a utilização de ataques cibernéticos. A Folha lembrou que, em março de 2014, o CDCiber passou pela sua primeira mudança de comando, na qual o fundador da instituição, general José Carlos dos Santos, foi substituído pelo general Paulo Sergio Melo de Carvalho. (Folha de S. Paulo – Tec – 12/05/2014)

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