Segundo
o periódico Folha de S. Paulo, invasões cibernéticas criaram um debate acerca
da possível existência de um "quinto domínio", que vai além da terra,
do ar, do mar e do espaço sideral. Considerando que atualmente sistemas como o
de fornecimento de energia ou comunicação estão atrelados a computadores, um
código malicioso implantado por outra nação pode significar a suspensão desses
serviços. De acordo com a Folha, não há consenso a respeito da utilização do
termo “ciberguerra”, que atualmente tem sido aplicado para se referir a uma
continuidade de ciberataques. O professor do departamento de estudos de guerra
do King's College, no Reino Unido, Thomas Rid, argumenta que qualquer ato que
se pretenda um ato de guerra deve ser fisicamente violento, servir como um
instrumento para alcançar um fim específico e constituir um ato político. De
acordo com a Folha, o subchefe do Centro de Defesa Cibernética (CDCiber),
coronel Alan Costa, alegou que o Brasil experimentou sucesso na área de
segurança cibernética durante a Conferência
“Rio+20”, a Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações e
que a atuação nesses eventos servirá de guia para atuação do Exército na Copa
do Mundo de 2014. Em 2013 foram utilizados R$ 40,8 milhões dos R$ 74,2 milhões
do orçamento total disponível para defesa cibernética. Esse orçamento é
destinado apenas para a criação e implementação de um sistema de ciberdefesa,
pelo qual o CDCiber é responsável, e não se orienta ao desenvolvimento um
sistema de ciberataque. Segundo os autores do livro "Cybersecurity and
Cyberwar", Peter Singer e Allan Friedman, os ciberataques que oferecem
risco a uma nação requerem muita expertise em sua execução, portanto, é mais
vantajoso investir em uma defesa sólida. Segundo o ministro da Defesa, Celso
Amorim, e o general José Carlos dos Santos, o CDCiber foi criado com a intenção
de explorar possíveis vulnerabilidades e falhas que permitam penetrar em
computadores e que possam ser eventualmente utilizadas em ataques cibernéticos.
A partir do termo “ciberdefesa”, que foi definido no 1º Seminário de Defesa
Cibernética do Ministério da Defesa como o "conjunto de ações defensivas,
exploratórias e ofensivas (...) com as finalidades de proteger os nossos
sistemas de informação, obter dados para a produção de conhecimento de
inteligência e causar prejuízos aos sistemas de informação do oponente", a
doutrina militar do Exército brasileiro não descarta a utilização de ataques
cibernéticos. A Folha lembrou que, em março de 2014, o CDCiber passou pela sua
primeira mudança de comando, na qual o fundador da instituição, general José
Carlos dos Santos, foi substituído pelo general Paulo Sergio Melo de Carvalho.
(Folha de S. Paulo – Tec – 12/05/2014)
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