Segundo
os jornais Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, no
dia 06/05/14 a senadora Ana Rita Esgario, presidente da Comissão de Direitos
Humanos do Senado Federal, e os senadores, João Capiberibe e Randolfe
Rodrigues, juntamente com Wadih Damous, presidente da Comissão Estadual da
Verdade do Rio de Janeiro, ouviram Rogério Pires, o caseiro do coronel Paulo
Malhães. Malhães confessou ter torturado presos políticos durante o regime
militar (1964-1985) e foi morto em seu sítio um mês após confessar a sua
participação no desaparecimento do corpo do ex-deputado federal Rubens Paiva, à
comissão. Após o depoimento, os parlamentares relataram que Pires negou
envolvimento no caso, o que gerou novas controvérsias a respeito. Pires é
analfabeto e o fato de nenhum defensor público ter acompanhado até agora os
depoimentos e as investigações sobre o caso causaram estranhamento. O
subcoordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário (Nuspen) da Defensoria
Pública do estado do Rio de Janeiro, Leonardo Meriguetti, disse que na fase de
inquérito não é obrigatória a presença de um advogado ou defensor, mesmo Pires
sendo analfabeto. Os parlamentares fizeram um pedido oficial ao Defensor Geral
do Rio de Janeiro, solicitando que um advogado de defesa preste auxílio ao
caseiro, além de requerer uma cópia do inquérito para ter acesso aos
depoimentos de Pires. Segundo O Estado, Esgario relatou que o caseiro prestou
informações desencontradas e por isso a polícia trabalha com as hipóteses de
latrocínio, homicídio por vingança e queima de arquivo. O jornal destacou que
são suspeitos também os irmãos de Pires, Anderson e Rodrigo, que estão
foragidos, além de um homem que não foi identificado por estar encapuzado no
momento do crime. De acordo com Folha, há muitas dúvidas sobre o caso, como por
exemplo, o testemunho da viúva do coronel que afirmou que havia mais criminosos
fora da casa, o que levou a questionar o porquê apenas um homem estaria
encapuzado no momento do crime, além do motivo de Malhães ter sido amarrado em
um quarto separado da esposa e do caseiro. Damous relatou não estar convencido
da tese de latrocínio levantada pela polícia e que a visita teve como objetivo,
entre outras coisas, garantir da segurança de Pires, pois acredita na
possibilidade de o caso ter sido uma “queima de arquivo”. Segundo O Estado,
após o pedido ser protocolado por Damous, a defensora pública da 2ª Vara
Criminal de Nova Iguaçu, Raquel Ayres, foi nomeada para acompanhar o processo e
os depoimentos de Pires. Além disso, a promotora da 7ª Promotoria de
Investigação Penal de Duque de Caxias, Adriana Lucas Medeiros, solicitou a
quebra de sigilo de dados dos envolvidos no caso e aguarda a conclusão dos
laudos periciais para tomar novas providências. (Correio Braziliense - Política
- 07/05/14; Folha de S. Paulo - Poder - 07/05/14; O Estado de S. Paulo -
Política - 08/05/14)
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