terça-feira, 13 de maio de 2014

Caso Malhães I: morte de coronel ainda causa dúvidas à Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro

Segundo os jornais Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, no dia 06/05/14 a senadora Ana Rita Esgario, presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, e os senadores, João Capiberibe e Randolfe Rodrigues, juntamente com Wadih Damous, presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, ouviram Rogério Pires, o caseiro do coronel Paulo Malhães. Malhães confessou ter torturado presos políticos durante o regime militar (1964-1985) e foi morto em seu sítio um mês após confessar a sua participação no desaparecimento do corpo do ex-deputado federal Rubens Paiva, à comissão. Após o depoimento, os parlamentares relataram que Pires negou envolvimento no caso, o que gerou novas controvérsias a respeito. Pires é analfabeto e o fato de nenhum defensor público ter acompanhado até agora os depoimentos e as investigações sobre o caso causaram estranhamento. O subcoordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário (Nuspen) da Defensoria Pública do estado do Rio de Janeiro, Leonardo Meriguetti, disse que na fase de inquérito não é obrigatória a presença de um advogado ou defensor, mesmo Pires sendo analfabeto. Os parlamentares fizeram um pedido oficial ao Defensor Geral do Rio de Janeiro, solicitando que um advogado de defesa preste auxílio ao caseiro, além de requerer uma cópia do inquérito para ter acesso aos depoimentos de Pires. Segundo O Estado, Esgario relatou que o caseiro prestou informações desencontradas e por isso a polícia trabalha com as hipóteses de latrocínio, homicídio por vingança e queima de arquivo. O jornal destacou que são suspeitos também os irmãos de Pires, Anderson e Rodrigo, que estão foragidos, além de um homem que não foi identificado por estar encapuzado no momento do crime. De acordo com Folha, há muitas dúvidas sobre o caso, como por exemplo, o testemunho da viúva do coronel que afirmou que havia mais criminosos fora da casa, o que levou a questionar o porquê apenas um homem estaria encapuzado no momento do crime, além do motivo de Malhães ter sido amarrado em um quarto separado da esposa e do caseiro. Damous relatou não estar convencido da tese de latrocínio levantada pela polícia e que a visita teve como objetivo, entre outras coisas, garantir da segurança de Pires, pois acredita na possibilidade de o caso ter sido uma “queima de arquivo”. Segundo O Estado, após o pedido ser protocolado por Damous, a defensora pública da 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, Raquel Ayres, foi nomeada para acompanhar o processo e os depoimentos de Pires. Além disso, a promotora da 7ª Promotoria de Investigação Penal de Duque de Caxias, Adriana Lucas Medeiros, solicitou a quebra de sigilo de dados dos envolvidos no caso e aguarda a conclusão dos laudos periciais para tomar novas providências. (Correio Braziliense - Política - 07/05/14; Folha de S. Paulo - Poder - 07/05/14; O Estado de S. Paulo - Política - 08/05/14)

Nenhum comentário:

Postar um comentário