Segundo o periódico
Folha de S. Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo
Alves, utilizou um jato C-99 da Força Aérea Brasileira (FAB) para levar, no dia
30/06/13, “a noiva, parentes dela, enteados e um filho” da cidade de Natal, no
estado do Rio Grande do Norte, à cidade do Rio de Janeiro, onde assistiram à
final da Copa das Confederações, no estádio do Maracanã. A assessoria de Alves
afirmou que o avião foi solicitado para um encontro com o prefeito do Rio de
Janeiro, Eduardo Paes, no dia 29/06/13, e “como havia disponibilidade de espaço
na aeronave, familiares acompanharam o presidente em seu deslocamento". De
acordo com o jornal, o decreto que regula o uso dos aviões da FAB não
especifica quem pode viajar acompanhando as autoridades. Segundo a Folha e o
periódico O Estado de S. Paulo, Alves mandou ressarcir, no dia 03/07/13, a
quantia de R$ 9,7 mil, valor referente ao que considerou ser correspondente às
passagens de seus familiares que o acompanharam na viagem. O valor teria sido
calculado pela assessoria de Alves tomando por base a média do preço de um voo
comercial entre Natal e Rio de Janeiro. O valor seria, porém, muito superior a
essa quantia porque a viagem foi realizada em jato. De acordo com os jornais,
Alves admitiu ter errado, afirmando: "meu erro, e aqui eu reconheço, foi
ter permitido que pessoas me acompanhassem pegando carona nesse voo para o
Rio”. Segundo a Folha, a FAB declarou que, “por questões de sigilo estratégico
e militar”, os gastos com voos do deputado não poderiam ser divulgados. De
acordo com O Estado, a FAB não tem registros de “caroneiros”, pois ao
requisitar uma aeronave, a autoridade apenas comunica a quantidade de pessoas
que pretende levar. O Estado ainda afirmou que as autoridades utilizam essas
aeronaves tanto para compromissos oficiais quanto para agendas pessoais.
Segundo a Folha, a falta de transparência alimenta os casos de abusos na
utilização de jatos da FAB por autoridades. A colunista Sonia Racy, do
periódico O Estado de S. Paulo, comentou que o Comando da Aeronáutica não tem o
poder de questionar as autoridades quanto ao uso das aeronaves da FAB, pois sua
missão é meramente técnica. Segundo Racy, o Decreto nº 4244/2002 determinou que
os voos estão permitidos por motivos de "segurança e emergência médica,
viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência", e que ao
requisitar a aeronave a autoridade deve justificar seu pedido. Em coluna da
Folha, a jornalista Vera Magalhães comparou os escândalos nos usos de aeronaves
da FAB com a atual demanda popular pelo “passe livre”. Magalhães afirmou que
Henrique Alves e Renan Calheiros utilizaram os aviões como “taxi-aéreo”, e
assim o fizeram “no auge das manifestações que tomaram as ruas de todo o país”.
A Folha noticiou ainda que Garibaldi Alves Filho, ministro da Previdência
Social e primo do presidente da Câmara, também usou um avião Learjet 35 da FAB
para ir assistir à final da Copa das Confederações, no Rio de Janeiro. (Folha
de S. Paulo – Poder – 02/07/13; Folha de S. Paulo – Poder – 04/07/13; Folha de
S. Paulo – Poder – 05/07/13; Folha de S. Paulo – Opinião – 05/07/13; O Estado
de S. Paulo – Política – 04/07/13; O Estado de S. Paulo – Coluna – 05/07/13)
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