Em coluna de
opinião do jornal Folha de S. Paulo,
o jornalista Elio Gaspari relembrou a Passeata dos Cem Mil e a explosão de uma
bomba próxima ao Quartel General do 2° Exército, no parque do Ibirapuera, na
cidade de São Paulo, que matou um soldado de 18 anos. Ambos os eventos
ocorreram no dia 26/06/1968, e seis meses depois o então presidente da
República, Artur da Costa e Silva decretou o Ato Institucional nº 5, que levou
o país ao período mais repressivo do regime militar (1964-1985). Entretanto,
para Gasparini a passeata marcou o fim de um ciclo, e portanto não foi a responsável
pelo recrudescimento do regime, mas sim o interesse do governo em subverter a
precária ordem constitucional existente, somado à explosão no Quartel General
do 2º Exército. Para o jornalista, após todos estes anos, muitas pessoas que
participaram de atos de terrorismo hoje afirmam terem combatido o regime
militar em nome da democracia, quando na verdade buscavam estabelecer um outro
modelo ditatorial. Na avaliação de Gaspari, tanto o marechal Artur da Costa e
Silva quanto os responsáveis pelo atentado a bomba de 1968 não tinham interesse
em defender a democracia. (Folha de S. Paulo – Poder – 30/06/13)
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