sexta-feira, 26 de julho de 2013

Aviões da Força Aérea Brasileira foram revistados na Bolívia indevidamente em 2011

Segundo os periódicos Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, agentes da Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico – uma unidade especial da polícia boliviana – revistou, sem autorização do governo brasileiro, aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) que transportavam autoridades brasileiras em viagens oficiais à Bolívia, no ano de 2011. De acordo com os jornais, a inspeção ocorreu em três ocasiões – duas em outubro e uma em novembro daquele ano – no aeroporto da cidade de La Paz, na Bolívia; sendo que, em uma delas, foi revistado o avião que transportava o ministro da Defesa, Celso Amorim, que atendia a compromissos oficiais no país. Segundo a Folha, o governo brasileiro, no dia 16/07/13, confirmou os acontecimentos e declarou que os fatos representam "violações da imunidade das aeronaves da FAB", destacando que, na ocasião da viagem de Amorim, o ministro, que não estava a bordo no momento da vistoria, “jamais” autorizou tal ação por parte da polícia boliviana. De acordo com o Correio e a Folha, o ministro de Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, admitiu, no dia 17/07/13, que a polícia boliviana errou ao vistoriar as aeronaves da FAB, justificando que "às vezes os [agentes] da Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico cometem algumas infâmias porque não sabem se é um avião VIP ou não. Houve uma reclamação [do Brasil] e esclarecemos isto". Segundo a Folha, o Ministério das Relações Exteriores declarou à época que o acontecimento foi “intrusivo” e alertou que tais “procedimentos abusivos” levariam o Brasil a aplicar o chamado “princípio da reciprocidade”. Desde então, não foram mais relatados casos semelhantes por parte de autoridades bolivianas. De acordo com o colunista da Folha Clóvis Rossi, o ocorrido demonstrou a “tolerância excessiva” por parte do governo brasileiro em relação aos seus vizinhos, na qual a “solidariedade” teria se confundido com “subserviência”. No dia 19/07/13, a Folha informou que, em um dos voos revistados, foram usados cães farejadores para fazer a vistoria na cabine de pilotos e passageiros, em Santa Cruz de La Sierra. A aeronave transportava do Brasil uma comitiva integrada pelos deputados Gladson Cameli, Marcos Rogério, Raul Lima e Magda Mofatto, em  missão oficial, para verificar a situação de estudantes brasileiros de medicina no país. Segundo Lima, o tenente-coronel da FAB, Marcelo Mendonça, tentou negociar com os agentes, porém não obteve resultado. Mofatto confirmou o episódio e declarou que os integrantes da comitiva teriam ficado “ofendidos”. (Correio Braziliense – 18/07/13; Folha de S. Paulo – Mundo – 18/07/13; Folha de S. Paulo – Mundo – 19/07/13; O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – 18/07/13)

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