De acordo com o periódico Correio Braziliense, a coordenadora da
Comissão Nacional da Verdade (CNV), Rosa Cardoso, declarou que a perícia dos
restos mortais do ex-presidente da República, João Goulart, popularmente
conhecido como Jango, que será realizada até o final do ano de 2013, apesar de
não ser conclusiva, deve ser vista “como um capítulo, dentro dessa questão mais
ampla, que é a própria investigação das condições da morte do ex-presidente”.
Rosa afirmou ainda que “a exumação tem que ser feita, é uma prova necessária.
Mas vamos prosseguir na investigação de caráter histórico”. Ademais, segundo o
Correio, a CNV reiterou o pedido de documentos guardados pelos Estados Unidos,
que podem auxiliar na investigação sobre a morte de Jango. Em depoimento para o
jornal Folha de S. Paulo, o jornalista Jason Tércio relembrou a morte do
ex-presidente da República João Goulart, conhecido como Jango. Na época, Tércio
trabalhava como repórter na sucursal do semanário “Movimento”, que teve a
matéria de capa a respeito da morte do ex-presidente censurada pelo regime
militar (1964-1985). Encarregado de negociar com o censor, Tércio entrou em
contato com o então delegado da Polícia Federal Hélio Romão, que autorizou o
uso de uma foto exclamando "Mas na capa, não! Jango na capa, não!".
Segundo o jornalista, o episódio deixou evidente que, mesmo depois de morto, o
ex-presidente era odiado e temido pelo regime militar. Tércio afirmou ainda que
o fantasma de Jango continua a rondar a consciência nacional, se referindo à
exumação de seus restos mortais e o documentário “Dossiê Jango”, de Paulo
Henrique Fontenelle. (Correio Braziliense – 10/07/13; Folha de S. Paulo –
Ilustríssima – 07/07/13)
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