quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Comissão Nacional da Verdade IV: Jornalista crítica falta de apuração dos relatos do ex-delegado Cláudio Guerra


Em coluna de opinião, o jornalista Luiz Carlos Azedo, do jornal Correio Braziliense, críticou o descaso da Comissão da Nacional da Verdade (CNV) em apurar as revelações feitas pelo ex-delegado da polícia civil do Espírito Santo, Cláudio Guerra, sobre sua contribuição com o regime militar (1964-1985) no combate a oposição e sobre a atuação dos aparatos clandestinos para eliminar fisicamente os opositores do regime. O ex-delegado foi condenado a 42 anos de prisão por diversos crimes comuns e assassinatos, entre os quais os assassinatos da jornalista Maria Nilce e do bicheiro Jonathas Bulamarques, além da sua própria mulher e de uma cunhada. Guerra passou dez anos preso e atualmente vive em regime semiaberto. Tornou-se pastor evangélico e, por este motivo, teria decidido relatar suas experiências no livro “Memórias de uma Guerra Suja”. Neste, o ex-delegado relatou o funcionamento de operações e a existência de um aparelho clandestino de extermínio do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do I Exército, bem como descreveu a incineração dos corpos em uma usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. O livro foi recebido por muitos com desconfiança, por conta do histórico de omissão e tentativa de despistar as investigações sobre o paradeiro dos desaparecidos por parte dos militares, por causa disso, muitos o consideram uma peça de “contra-informação”, o que prejudicou o trabalho da Comissão a respeito destas denúncias. (Correio Braziliense – 10/02/13)

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