Em
coluna de opinião, o jornalista Luiz Carlos Azedo, do jornal Correio Braziliense, críticou o descaso
da Comissão da Nacional da Verdade (CNV) em apurar as revelações feitas pelo
ex-delegado da polícia civil do Espírito Santo, Cláudio Guerra, sobre sua
contribuição com o regime militar (1964-1985) no combate a oposição e sobre a
atuação dos aparatos clandestinos para eliminar fisicamente os opositores do
regime. O ex-delegado foi condenado a 42 anos de prisão por diversos crimes
comuns e assassinatos, entre os quais os assassinatos da jornalista Maria Nilce
e do bicheiro Jonathas Bulamarques, além da sua própria mulher e de uma
cunhada. Guerra passou dez anos preso e atualmente vive em regime semiaberto.
Tornou-se pastor evangélico e, por este motivo, teria decidido relatar suas
experiências no livro “Memórias de uma Guerra Suja”. Neste, o ex-delegado
relatou o funcionamento de operações e a existência de um aparelho clandestino
de extermínio do Destacamento de Operações de Informações -
Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do I Exército, bem como
descreveu a incineração dos corpos em uma usina Cambahyba, em Campos dos
Goytacazes, no Rio de Janeiro. O livro foi recebido por muitos com
desconfiança, por conta do histórico de omissão e tentativa de despistar as
investigações sobre o paradeiro dos desaparecidos por parte dos militares, por
causa disso, muitos o consideram uma peça de “contra-informação”, o que
prejudicou o trabalho da Comissão a respeito destas denúncias. (Correio
Braziliense – 10/02/13)
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